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REPRESSÃO | ’Foi uma prisão evidentemente política’, diz Boulos em delegacia em SP

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, detido pela Polícia Militar na manhã desta terça-feira, 17, disse que sua prisão foi "evidentemente política". Boulos foi preso por desobediência civil após reintegração de posse em um terreno particular em São Mateus, na zona leste de São Paulo.

terça-feira 17 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Ao menos 700 famílias moravam no local, conhecido como Ocupação Colonial em São Mateus. No 49º Distrito Policial (São Mateus), para onde foi encaminhado, Boulos conversou com a imprensa enquanto aguardava ser chamado. "Não há nenhum motivo razoável. Eu fui lá negociar para evitar que houvesse a reintegração. Foi uma prisão evidentemente política", afirmou o líder do movimento.

"Alegaram incitação à violência e descumprimento de ordem judicial, que é descabido. Fui negociar com o oficial de Justiça Ele estava presente para oficiar que o Ministério Público havia pedido a suspensão da reintegração ontem (segunda-feira, 16) e o juiz ainda não tinha julgado. E (fui falar) que seria razoável eles esperarem o resultado antes de reintegrar as pessoas. Foi o que eu disse pra eles. Se isso é incitação à violência, então eu incuti a violência", disse Boulos.

O que não é verdade, a polícia não aceitou o apelo do Ministério Público para que houvesse negociação e que ao menos fosse feito o cadastro dos moradores antes para que pudessem ser inscritos em programas de moradia. Mas a PM se recusou a negociar e avançou contra os moradores, muitos deles idosos, mulheres e crianças.

Imagens da Rede Globo mostram que a Polícia Militar usou bombas de gás para avançar sobre a população sem-teto. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou, por meio de nota, que "após tentativa de negociação dos oficiais com as famílias, não houve acordo". A secretaria confirmou o uso de bombas de efeito moral, spray de pimenta e jato d’água pela Tropa de Choque.

Em nota na página oficial do MTST, militantes dizem que prisão de Boulos é "absurda". "Não aceitaremos calados que além de massacrarem o povo da ocupação Colonial, jogando-os nas ruas, ainda querem prender quem tentou o tempo todo e de forma pacífica ajudá-los", publicou o movimento.




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