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DEBATE PRESIDENCIAL REDE TV | Flavia Valle: “Não houve no debate uma forte denúncia do golpe e do autoritarismo judiciário”

O Esquerda Diário conversou com Flavia Valle, candidata a deputada federal pelo Movimento Revolucionário de Trabalhadores em Minas Gerais, sobre o debate com os candidatos à presidência desta sexta feira (17).

domingo 19 de agosto de 2018 | Edição do dia

A candidata Flavia Vale destacou a ausência da denúncia do autoritarismo do judiciário no debate, quando até a ONU já se pronunciou contrária ao impedimento de Lula ter seus direitos como candidato, a demagogia de candidatos como Ciro Gomes, o golpismo de todos os demais, incluindo Marina Silva que tentou se apresentar como defensora das mulheres em contraposição à Bolsonaro, o que para ela mostra a demagogia deste discurso. De conjunto caracterizou o debate como marco pelo conservadorismo.

O Esquerda Diário perguntou a avaliação dela do debate:

“Eu opino que o principal problema que se expressou foi que o tremendo autoritarismo do judiciário nessas eleições não foi denunciado, nem mesmo após a ONU, organismo internacional sob tutela dos EUA, já ter se pronunciado contrária a que os direitos políticos de Lula sejam cassados no Brasil. Essa posição de candidatos golpistas e reacionários seria esperada. Mas nem Boulos falou da prisão arbitrária ou denunciou a enorme arbitrariedade de juízes decidirem até mesmo quem a população pode ouvir nos debates. O direito ao voto está sob tutela do judiciário. Defendemos direito da população votar em quem quiser, ainda que a gente não chame o voto em nenhuma candidatura do PT.”

Nas redes sociais, durante o debate, Flavia já havia feito essa denúncia:

O debate se iniciou com uma persgunta sobre o tema da corrupção. Pedimos a ela que aprofundasse o que havia expressado no Twitter:

“Essa foi a primeira pergunta a todos os candidatos e a população teve que ouvir a maioria deles falarem como se eles mesmos não estivessem envolvidos em várias denúncias, como Alckmin e os desvios de merenda de crianças e jovens nas escolas de São Paulo, ou o enriquecimento a jato da família Bolsonaro. É parecido com as eleições em Minas Gerais em que Anastasia por exemplo tenta esconder seus esquemas junto de Aécio Neves.”

E completou explicando para ela qual é a saída:

"Pra combater a corrupção precisamos mudar as regras do jogo desses políticos da velha ordem com uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta pela mobilização, em que seja a população a definir, por exemplo, que deixe de haver os privilégios para políticos e para a casta de juízes, e que todos passem a ser eleitos, revogáveis e ganharem o salário de uma professora. A forma como o judiciário está atacando brutalmente o direito do povo decidir em quem votar por trás de um suposto combate à corrupção é mais uma prova de que esse sistema político precisasse ser derrubado"

No debate, foi perguntado à Guilherme Boulos sobre a questão do petróleo, sobre isso Flavia comentou nas redes:

E completou ao Esquerda Diário:

“Sabemos que o PT integrou a máquina do estado e está envolvido em escândalos de corrupção como os da Petrobras. Porém, não devemos ter nenhuma confiança na Lava Jato, que está a serviço dos interesses imperialistas, de entrega da Petrobras e das nossas riquezas naturais para o imperialismo. Por isso que para arrancar o petróleo das mãos do imperialismo lutamos por uma Petrobras 100% estatal sob gestão dos petroleiros e controle popular. Em Minas também devemos ver da mesma forma a questão da mineração, que precisamos arrancar da mão dos empresários e do imperialismo, única forma que se volte para os interesses populares, de evitar que sigam acabando com o meio ambiente e provocando novas tragédias como a de Mariana”

Sobre o tema do ajuste fiscal, Flavia Valle disse: “Outro tema que segue presente em todos os debates é o tema da dívida pública, já que todos os candidatos da direita golpista anunciam que vão aprofundar os ajustes para seguir pagamento a dívida pública. Ciro Gomes tentou fazer a mesma demagogia petista dizendo que se eleito vai revogar a PEC do teto dos gastos, que impacta todas as áreas de serviços à população como saúde e educação, mas sem romper com o pagamento da dívida pública não haverá recursos para atender as demandas populares. Em Minas Gerais isso não é diferente, respondem a crise fiscal descarregando ataques nas costas do funcionalismo e dos aposentados com atrasos de salários e aposentadorias e ainda prometem mais ajustes e uma reforma da previdência, mas nunca questionam as isenções fiscais. É impossível não descarregar a crise nas costas da população por fora do não pagamento da dívida pública, programa que sequer Boulos e o PSOL defendem.”

Perguntamos para Flavia sua opinião sobre outros temas democráticos que aparecem no debate: “Foi uma verdadeira vergonha. Uma intromissão descarada dos assuntos da Igreja na política, com candidato com bíblia nas mãos e pregando para a população, como fez Daciolo; Jair Bolsonaro que se tornou figura da misoginia no Brasil falando que representaria as mulheres quando é ele quem defende a ditadura que estuprou mulheres nas torturas”.

E seguiu: “Marina Silva se enfrentou com Bolsonaro no debate se colocando em defesa das mulheres e está fazendo demagogia com a defesa de um plebscito pela legalização do aborto, mas não podemos ter nenhuma confiança nela como defensora dos direitos das mulheres, pois apoiou o golpe institucional e os ataques em curso que só pioram a vida das mulheres. Já temos muitos exemplos de que não podemos achar que elegendo uma mulher podemos conquistar nossos direitos. Precisamos ir muito além da representatividade, não queremos uma no poder como foi Dilma que fez de nossos direitos moeda de troca e manteve as mulheres morrendo por aborto clandestino. Queremos os direitos das mulheres e sermos milhares nas ruas como linha de frente na luta contra a crise no estado e no país.”

Sobre Ciro Gomes, que fez demagogia no debate como defensor dos indígenas, Flavia comentou no Twiter:

Flavia também afirmou: “O assassinato de Marielle Franco sequer foi mencionado no debate por qualquer um dos presentes, nem mesmo pelo Boulos que é do mesmo partido da vereadora brutalmente assinada em um evidente crime político, que ainda defendeu para a segurança pública um sistema de inteligência policial que é o mesmo que hoje condena os 23 ativistas de junho, perseguidos pela justiça por lutar.”

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Por fim, Flavia concluiu: “O mais escandaloso em tudo isso é vivermos eleições que são tuteladas e ver nossos direitos pisoteados. Chega de autoritarismo: contra a prisão arbitrária de Lula e pelo direito do povo decidir em quem votar. Levantamos fortemente essa bandeira apesar de não chamarmos voto em nenhuma candidatura do PT. Em Minas Gerais também denunciamos os candidatos do alto escalão do golpe e que estiveram junto com Temer como Anastasia, que além de tudo é amigo do corrupto Aécio Neves. Ou o cinismo do Márcio Lacerda que fala contra a velha política da qual ele é parte. Por não haver vozes que fazem essas denúncias nessas eleições que apresentamos a minha candidatura pra deputada federal em Minas Gerais e as de Diana Assunção, Marcelo Pablito e Maíra Machado em São Paulo, e a de Valéria Muller no Rio Grande do Sul.”




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