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VAZAMENTO DE ÓLEO NO NORDESTE | Fiocruz defende estado de emergência em Saúde Pública diante da exposição ao Petróleo em praias no NE

Cientistas publicam carta esta semana pela declaração de emergência em saúde pública diante dos perigos decorrentes da exposição ao Petróleo que vem surgindo nas praias nordestinas, mas governo continua com suas declarações absurdas, colocando em risco a vida de pessoas e degradando o meio ambiente em troca da venda de nossas riquezas.

sexta-feira 1º de novembro de 2019 | Edição do dia

No começo da semana a Fiocruz de Pernambuco lançou uma carta pela declaração de emergência em saúde pública diante dos perigos decorrentes da exposição ao Petróleo que vem surgindo nas praias nordestinas deste o final do mês de agosto. Essa carta, disponível no site do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) que é uma entidade nacional que tem como função a produção e divulgação de informações, conhecimentos e análises críticas em saúde a partir da reunião ativistas, lideranças, pesquisadores, professores, profissionais e estudantes, além de movimentos sociais, grupos e entidades da sociedade civil.

No decorrer da carta, os cientistas colocam que a situação da chegada massiva de óleo cru de petróleo no litoral nordestino é de extrema gravidade e configuram tal situação como de emergência ambiental e de saúde pública uma vez que coloca em risco a fauna e flora marinha e toda a população, além de comprometer o sustento das comunidades que tem a pesca como principal atividade econômica. Acrescentam que, apesar de não ser possível, ainda, saber quais são os componentes tóxicos na composição do óleo em questão, fazem uma previsão baseando-se na composição dos já conhecidos e que estes são resultado de mistura de substâncias químicas altamente nocivas aos seres vivos. Descrevem, ainda, que a maioria destes produtos químicos causam intoxicações de diferentes graduações (aguda e crônica) decorrentes tanto do tempo de exposição (pequeno, médio e longo prazo) quanto das condições de saúde da população e que, mesmo sendo em pequenas quantidades pode ser prejudicial à saúde.

No decorrer da carta os cientistas ainda alertam que a comunicação sobre os perigos e vigilância em saúde precisa ser realizada com embasamento, de forma clara e articulada com os grandes meios de comunicação, mídias sociais, instituições atuantes e população e que entidades como a Rede Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (RENAST) tem equipamentos em todo o Brasil – Centro Regional em Saúde do Trabalhador (CEREST) com equipes multidisciplinares para contribuição e orientação dentro da rede Sistema Único de Saúde (SUS), sendo de relevância que o SUS garanta o direito de atenção integral à saúde e de informação para sua proteção, por ser um direito constitucional.

Toda argumentação colocada é para defender que seja acionado todos os mecanismos relativos ao acontecimento de desastres no território nacional e que seja decretada situação de emergência em saúde pública em todos os Estados e Municípios atingidos pelo óleo.

Com isso, fica ainda mais escancarado o descaso do governo de extrema direita de Bolsonaro com a população que, para manter seu sustento atua como voluntária na limpeza das praias. É ainda mais absurdo declarações como a do Secretário de pesca do governo, Jorge Seif Júnior, feita nesta quinta (31) alegando que “O peixe é um bicho inteligente, quando ele vê uma manta de óleo, ele foge”.

Mesmo com todo este embasamento científico e somando-se com a confirmação do ministro da Defesa, Fernando Azevedo, no que alegou que o óleo pode chegar à região Sudeste, nada vem sendo feito para conter o vazamento, como o acionar o Plano Nacional de Contingência Para Incidente de Poluição por Óleo – PNC. Vazamento que, por sinal, voltam a aparecer em praias do Nordeste. Entretanto, a venda do nosso petróleo e pré-sal continuam sem maiores problemas.

Não podemos aceitar a negligência desse governo que não para de colecionar demonstrações de que está apenas a serviço do lucro de uma minoria e que fará tudo para tentar desviar os produtos da crise econômica, social e política criada por parcelas dessa mesma minoria sobre as costas dos setores populares e de trabalhadores. Precisamos tomar como exemplo a luta de classe no Chile, onde a força da classe trabalhadora unida a juventude possa criar um movimento capaz de responder todo este regime político que massacra a população e extermina o meio ambiente.




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