Previstos para estarem pronto no dia 30 do mês passados, muitos dos já precários hospitais prometidos no estado não foram inaugurados e os que foram operando sem a capacidade completa, deixando mais de 900 pessoas na fila de leitos no estado.
sexta-feira 15 de maio de 2020 | Edição do dia
A pandemia avança no Brasil e vem se agravando em algumas regiões em particular. Uma dessas é a cidade do Rio de Janeiro. Cidade essa, que tem graves históricos na questão da saúde, como por exemplo o atraso nos salário que levou os servidores municipais a uma greve no final do ano passado.
Frente ao novo coronavírus, essa situação se agravou. No quarta feira (13), havia cerca de 900 pessoas hospitalizadas aguardando por um leito - 390 de UTI e 510 de enfermaria.
Isso evidencia a enorme destruição que o SUS passou no estado, feito por diferentes governos e prefeituras. No entanto, a mesma postura se mantém mesmo durante a pandemia.
Por trás desse número assustador se esconde um fato: se os hospitais de campanha prometidos pelo governo do estado e pela prefeitura para o dia 30 de abril estivessem prontos, não haveria fila alguma. Isso mesmo, essas 900 pessoas correm o risco de morrer por falta de atendimento devido a total negligência de Crivella e Witzel frente a crise sanitária.
Segundo o Globo, apenas os hospitais de campanha da capital teriam 1300 leitos comum e 350 de UTI, em 4 hospitais. Destes 4, apenas 1 foi inaugurado no prazo, os outros 3 só foram inaugurados esse mês. Porém, ainda não estão operando com sua capacidade completa. Na segunda feira, apenas 550 vagas de enfermaria e 110 vagas de UTI estavam disponíveis, faltando 750 leitos comuns e 240 de UTI. Inclusive, importante lembrar que estes hospitais, construídos com dinheiro público, estão em muitos casos sendo geridos pela iniciativa privada.
No entanto, a situação da os outras cidades da região metropolitana é ainda pior. Os hospitais de campanha prometidos por Witzel, em Caixas, São Gonçalo e Nova Iguaçu - que totalizariam com 900 leitos de comuns e 300 de UTI segundo o CES-RJ, ainda estão sem previsão para inaugurar. Isso que acaba sobrecarregando o SUS da região metropolitana de conjunto, visto que muitos acabam tendo que se tratar em outras cidades.
Ou seja, apenas com as vagas dos hospitais de campanha prometidos para a região metropolitana seria capaz de zerar a fila inteira do estado! Isso sem contar os leitos de outros hospitais públicos que estão desativados por razões como falta de medicamentos e insumos, como o Hospital Estadual de Anchieta. Mesmo hospital em que os trabalhadores denunciaram estar sem salários e EPIs
Para piorar a situação, vemos absurdos como 2 pacientes que morreram por uma queda de luz e outros por falta de remédios para entubação no Ronaldo Gazolla.
Frente aos atrasos, Witzel e Crivella alegam dificuldade para conseguir pessoal e material médico como respiradores. No entanto, já faz mais de 2 meses que a OMS declarou a Covid como pandemia e até agora não tomaram nenhuma medida pra isso, nem mesmo requisitar os leitos privados! Por isso, frente ao total descaso dos governos, é necessário que os trabalhadores levantem seu programa para a pandemia exigindo:
- Disponibilização de hotéis e lugares adequados para que a população possa fazer o isolamento!