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Metrô de SP | Ferroviário haitiano da Linha 9 Esmeralda, privatizada por Dória, morre eletrocutado

Bodney Supplice, era haitiano e tinha 36 anos. Foi vítima da precarização e privatização dos transportes levada a frente por Doria, que segue a cartilha da reforma trabalhista sustentada sob o racismo e a xenofobia no Brasil de Bolsonaro. É necessária a reestatização das linhas de trem e metrô, sob controle dos trabalhadores e da população!

sábado 12 de março de 2022 | Edição do dia

Bodney Supplice, funcionário da concessionária ViaMobilidade, que pertence a CCR, morreu na madrugada desta quinta-feira 10, por volta das 2h50, em um acidente durante atividade de manutenção de rotina na linha 9-esmeralda em São Paulo. Segundo a ViaMobilidade, o funcionário estava em uma sala técnica na região da estação Pinheiros. A ViaMobilidade assumiu as linhas 9 e 8 no dia 27 de janeiro de 2022.

Bodney Supplice, um imigrante haitiano de 36 anos, é mais uma vítima da precarização do trabalho, da política de privatização de Doria, e da reforma trabalhista que atinge em sua maioria os setores mais oprimidos como são os negros e imigrantes no Brasil de Bolsonaro, escancarando o racismo e a xenofobia dessa extrema direita. O que nos faz lembrar o tão recente caso de Moïse, refugiado congolês espancado até morte no RJ por seu patrão, apenas por exigir o pagamento atrasado dos dias que trabalhou.

Desde a privatização dessas linhas, aconteceram diversas falhas e paralisações que levaram ao acionamento do Paese, quando passageiros são direcionados a embarcar em ônibus normalmente cheios para chegar até seu destino. Além desse acidente fatal durante a madrugada, na manhã do dia 10, um trem colidiu na estação Júlio Prestes, Linha 8 da CPTM, danificando parte da plataforma da estação. E no dia 10/02, uma passageira sofreu um grave acidente na linha 11 Coral da CPTM, onde foi arrastada por um trem devido à superlotação da plataforma.

Nós do Movimento Nossa Classe e do Esquerda Diário, nos solidarizamos com os familiares e amigos de Bodney nesse momento.

Esse é o resultado da política da privatização de tudo, levado a frente pelo governador João Dória (PSDB), sua vitrine para as eleições presidenciais desse ano. Para isso, segue também precarizando cada vez mais o transporte estatal no Metrô e na CPTM, colocando em risco a vida de trabalhadores e da população que ainda paga tarifas altíssimas.

Veja a nota do Sindicato das Metroviárias e Metroviários de SP:

A ViaMobilidade venceu o leilão de concessão das linhas 8 e 9 em abril do ano passado, com uma oferta irrisória de R$ 980 milhões por 30 anos. Mesma quantia que essa mesma empresa recebeu dias antes do governo Dória como indenização para "equilibrar" os lucros da empresa que opera também as linhas 4-amarela e 5-lilás do metrô, além de algumas rodovias em SP. É realmente um aglomerado de empresas que coincidentemente ganham muitas licitações e leilões no Estado.

Bodney é vítima também da sede de lucro que privatiza os serviços públicos. A CCR ViaMobilidade e o Governo de SP são responsáveis pela morte desse jovem trabalhador. É necessário a reestatização de todo o transporte sob controle dos trabalhadores e passageiros, pois só assim os interesses públicos estarão colocados em primeiro lugar. Assim como a efetivação de todos os terceirizados e trabalhadores das linhas privadas ao quadro de funcionários do metrô estatal, sem necessidade de prestarem concurso público. A segurança e a qualidade do transporte só pode melhorar sob a gestão de quem usa e trabalha nele, não por um punhado de burocratas e empresários corruptos que só exploram seus funcionários e sugam recursos públicos.




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