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CORRUPÇÃO NOS TRANSPORTES | Farra dos carteis de trens e metrôs somam R$ 9,4 bi: gestão dos trabalhadores e controle dos usuários já!

Enquanto a população é humilhada todos os dias nos transportes públicos com serviços precários, superlotados e de alto custo, governos e empresários multimilionários lucram cada vez mais transformando os serviços públicos em mercadorias e o Estado em um verdadeiro balcão de negócios.

quarta-feira 12 de dezembro de 2018 | Edição do dia

Segundo a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pelo menos 16 empresas e 52 pessoas físicas, no período de 1998 a 2013, estão envolvidas na formação de cartel em licitações de trens e Metrô em São Paulo, como também em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Esses esquemas já desviaram 9,4 bilhões dos cofres públicos, e são marcas de que a corrupção é uma consequência natural desses sistema capitalista onde o dinheiro está acima de tudo e de todos.

O esquema de fraudes, superfaturamentos e desvios de verbas foi capitaneado pelos governos do PSDB em São Paulo (8 somente neste Estado) e somam um total de 27 licitações em 11 projetos apenas do metrô, para se ter uma ideia. O cartel abrange diversos investimentos como a manutenção de trens, reforma de linhas, construção e extensão.

De acordo com o relatório da Superintendência-Geral (Cade), estão envolvidas as empresas: Alstom, Bombardier, CAF Brasil, Hyundai-Rotem, Mitsui, Tejofran, Iesa, MGE, MPE, Procint, Serveng-Civilsan, TC/BR, Temoinsa, Trans Sistemas, ConsTech e Balfour. Ainda segundo eles as empresas Caterpillar e Siemens não estariam envolvidas no esquema, porém, o que eles não dizem é que até mesmo essas investigações possuem interesses e não são neutras. Ou seja, porque só agora vem à tona tais denúncias? O que elas querem dizer?

Vale ressaltar que os grandes empresários e capitalistas não compõem um bloco homogêneo, e em tempos de crises econômicas suas frações internas disputam entre si quem fica com a maior fatia do bolo, restando sempre apenas migalhas à população mais pobre e aos trabalhadores que perdem suas vidas nos transportes públicos que são verdadeiros pau-de-arara contemporâneos.

Tendo dito isso, vamos analisar apenas as duas empresas que ficaram de fora do cartel. A primeira, Caterpillar, compõe hoje o que chamamos de “American Made Coalition” (bloco que apoia as medidas de Donald Trump), que conta com a adesão de outras empresas como a Boeing, Pzifer, General Eletric, e Jhonson & Jhonson. A segunda, Siemens, desde a ditadura militar vem saqueando as riquezas nacionais, sobretudo na construção da hidrelétrica de Itaipu que foi um dos maiores esquemas de corrupção e desvio de verbas do período. Mais recentemente a Siemens também se envolveu nos esquemas de corrupção e “caixa 2” na CPTM (trens) e metrô de SP (período de 2000/2008) e estava em acordo de indenização no valor de R$1 bilhão no final de 2017.

Por isso, não podemos ser ingênuos e nos deixar enganar com os golpes de efeito produzidos pela classe dominante que tenta demonstrar seu “combate a corrupção” trocando seis por meia dúzia - como fica escancarado no governo de São Paulo com a mudança de Alckmin-Márcio França pra BolsoDoria ou mesmo com a troca de empresas parasitas em suas gestões. A única forma de garantirmos transparência e fim das falcatruas é com a gestão dos próprios trabalhadores especializados em transportes, direcionando todos os recursos, e com o controle firme da população que utiliza o transporte público, os únicos interessados em que não haja de fato desvio de verbas.

Assim como também é fundamental que todos os casos de corrupção sejam julgados não por outros corruptos da mesma laia do judiciário, e sim por júri popular, composto pelos únicos que estão sendo prejudicados e que podem fazer justiça. Todos os bens que comprovadamente vierem de corrupção precisam ser expropriados e transformados em investimento para os serviços públicos.

Não se sabe como vai se dar os conflitos internos desses setores que querem substituir alguns corruptos por outros. O que se sabe é que eles possuem mil alianças com diferentes capitalistas e grupos empresariais tanto nos EUA como na Europa e em uma pauta todos concordam: aprofundar a exploração e opressão por meio do aprofundamento da reforma trabalhista/terceirização irrestrita em todo transporte, privatização do transporte público, bem como a Reforma da Previdência.

Portanto, somente fazendo como na França, com uma luta unificada de todas as trabalhadoras e trabalhadores dos transportes em aliança com a população usuária se pode dar um fim a essa farra dos carteis. Não podemos aceitar que meia dúzia de parasitas, empresários, capitalistas e seus aliados nos governos, controlem os transportes e continuem lucrando com nosso suor e nossas vidas. É preciso que a classe trabalhadora tome em suas mãos o que é de direito e coloque todo o sistema de transporte sob sua gestão e controle dos usuários. Só assim faremos com que os capitalistas paguem pela crise que eles mesmos criaram.




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