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PRECARIZAÇÃO | Fantástico confunde ‘empreendedorismo’ com informalidade e é criticado nas redes sociais

Em clara propaganda ideológica, o programa da Globo buscou transformar a nefasta precarização do trabalho em algo como positivo, recebendo diversas críticas inclusive durante o programa.

segunda-feira 13 de janeiro de 2020 | Edição do dia

O Fantástico, da TV Globo, exibiu neste domingo (12) jovens trabalhadores que utilizam aplicativos de celular e as redes sociais para driblar a onda do desemprego. Segundo a reportagem, são 5,9 milhões de empreendedores formais e informais que usaram a tecnologia em seus negócios em 2019. Foram mostrados uma artesã e um maquiador que utilizam aplicativos de mensagens para se relacionar com seus clientes, e também um jovem desempregado que procura bicos como bartender.

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“No Brasil, país com quase 12 milhões de desempregados, muito trabalhador está se reinventando com talento e um telefone na mão”, disse o apresentador Tadeu Schmidt, na abertura da reportagem. A “glamourização” do trabalho informal, que atinge 38,6 milhões de pessoas no Brasil – cerca de 41% da população – foi criticada pelas redes sociais. O próprio apresentador leu mensagem de um telespectador que denunciou o tom adotado pela reportagem:

Diferente da propaganda ideológica produzida pela Globo, e como rebatido pelos internautas, a necessidade de submissão aos trabalhos por meio de aplicativo decorre da alta taxa de desemprego em nosso país. E não há nada de empreendedorismo nas jornadas extenuantes em que diversos jovens tem de submeter pedalando por mais de 12 horas para ter um rendimento inferior a um salário mínimo. A falta de um contrato de trabalho nesses casos só beneficia as empresas de aplicativo que lucram horrores enquanto não tem de assumir responsabilidade por nenhum compromisso trabalhista, nem mesmo em caso de acidentes, ou até mortes, como foi o caso do motoboy entregador da Rappi Thiago Dias que sofreu um AVC fazendo entregas para a empresa.

A ubberização das relações de trabalho são a máxima expressão da intensificação da exploração por parte dos capitalistas. Eles se aproveitam das altas taxas de desemprego e da falta de perspectiva para a juventude trabalhadora para rebaixar as condições de trabalho e vida desses jovens. essa nova forma de precarização que fragmenta ainda mais nossa classe, mostraram que a união e a nossa organização coletiva para enfrentar os patrões são a única forma de vencermos.


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