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LUTA ESTUDANTIL USP | Faculdade de Educação da USP paralisará contra os ataques à educação

terça-feira 3 de maio de 2016 | Edição do dia

Na tarde e noite de hoje, estudantes da maior faculdade de educação do país se reuniram em assembleias (totalizando cerca de 200 pessoas) para discutir a situação da educação no Estado de São Paulo. Repudiamos o descaso do governo Alckmin, que é o responsável pela máfia das merendas, com a educação pública, básica e superior, e as ações criminosas àqueles que lutam, dentre eles adolescentes (como os secundaristas que ocupam há 5 dias o Centro Paula Souza).

Desde o começo deste ano, a Universidade de São Paulo vem sofrendo ataques estruturais que aceleram seu desmonte, como o mandado de reintegração de posse da sede do Sindicato dos Trabalhadores da USP, que existe desde os anos 60. Isso caracteriza um grave ataque à organização política, visto que este é um sindicato conhecido por sua combatividade. Além disso, vemos a quebra de contratos de empresas terceirizadas que colocam na rua, da noite pro dia, centenas de trabalhadoras negras, a não abertura de vagas nas creches pelo segundo ano consecutivo, os milhares de cortes em bolsas de auxílio e permanência, a flexibilização de contratação de professores que vai criar uma “categoria O” nas universidades, comprometendo drasticamente a qualidade de ensino... Por esses e tantos outros motivos, paralisaremos nossas aulas e trabalho no dia 5 de maio. Junto aos trabalhadores, vamos aprofundar discussões e organizar nossa resistência. Também junto a eles aprovamos indicativo de greve para o próximo dia 12, mostrando para Reitoria e Governo do Estado que não estamos dispostos a sofrer calados todos esses ataques.

Nas assembleias foi debatida também a necessidade de apoiar xs estudantes que ocupam as ETECs e o Centro Paula Souza contra a reorganização escolar velada (fechamentos de salas de aula seguem ocorrendo, superlotando turmas, dificultando e até acabando com postos de trabalho de professores, etc), o corte nas merendas e demais cortes nas escolas estaduais paulistas. É absurda a ação do governador em acionar os aparelhos de ar condicionado na temperatura mínima na noite mais fria do ano, obrigando adolescentes a pernoitarem fora da escola ocupada. É descabida e truculenta a invasão pela Tropa de Choque, cavalaria e outros aparatos repressivos no Centro Paula Souza em qualquer circunstância, e ainda mais sem mandato de reintegração de posse. Xs estudantes da FEUSP deliberaram um ato em apoio ao Centro Paula Souza, na manhã desta quinta-feira, como parte do calendário do dia de paralisação. Nesse momento haverá também a entrega aos ocupantes de doações (que recolheremos a partir de amanhã na nossa faculdade). Além disso, foi deliberado que se fizesse a eles o convite a participarem das atividades de discussão que acontecerão na FEUSP no decorrer do dia, levando sua experiência ao debate.

Com mais de 70 escolas ocupadas no Rio de Janeiro hoje, com as mais de 200 no Estado de São Paulo ano passado, estudantes secundaristas já mostraram que só a luta contra os cortes e ajustes que vem de todos os governos pode fazer com que a crise econômica não seja descarregada nas nossas costas. É pra ontem uma forte greve de diversos setores em defesa da educação pública! USP e na Faculdade de Educação já deram os primeiros passos.




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