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PEDAGOGIA USP | Faculdade de Educação da USP debate situação nacional na paralisação contra o desmonte

Num dia de paralisação em diversas unidades da USP, estudantes da FEUSP que aderiram a paralisação em assembleia, se incorporaram aos diversos atos que ocorreram na parte da manhã contra o desmonte da USP e debateram a conjuntura nacional e suas relações com a universidade em atividades durante o período da tarde e da noite.

sexta-feira 1º de abril de 2016 | Edição do dia

Logo pela manhã os estudantes participaram do ato chamado por membros da comunidade da Escola de Aplicação da FEUSP, que estão a mais de 30 dias sofrendo com a falta de professores de química. Alunos do 9º e 3º anos correm o risco de não se formarem por não terem essa disciplina. Por esse motivo estudantes, professores e funcionários da EA se incorporaram a paralisação e fizeram uma ato que saiu da escola, passou pela congregação da FEUSP, exigindo que essa se posicionasse a favor da contratação dos professores que faltam, e seguiu em direção a reitoria da USP, para o ato unificado.

As 11h foi a fez da Comissão de Mobilização das Creches, chamar um almoço pela reabertura imediata das vagas, que contou com a presença de pais, mães, crianças e apoiadores da luta. Denunciando dessa forma a postura intransigente da reitoria que se recusa a deixar que novas crianças entrem, mesmo com um grande número de vagas ociosas. Na Creche Central pro exemplo, existe estrutura física e condições para atender cerca de 60 bebes, contudo hoje existem apenas 4 crianças estudando lá.

Em frente a reitoria diversos estudantes e trabalhadores de diferentes unidades da USP se reuniram para denunciar a politica de fechamento dos bandejões e das vagas nas creches, o ataque a nossa permanência estudantil e ao salário dos trabalhadores, o corte de bolsas, a não contratação de professores e diversos outros ataques que fazem parte daquilo que chamamos de desmonte da universidade. Nós do Centro Acadêmico Professor Paulo Freire (CAPPF) estivemos presentes em ambos os atos, juntamente com estudantes da FEUSP, porque compreendemos que a unificação das nossas lutas é fundamental para que possamos seguir adiante. Foi por isso também que aprovamos a conformação de uma comitê de estudantes que se coloquem na luta pelas creches e em defesa da EA, mas que possa avançar no debate pra se posicionar e pensar ações sobre demais temas importantes.

Diante de uma conjuntura nacional marcada pela direita reacionária pedindo o impeachment do atual governo do PT, enquanto este segue aplicando um duro ajuste contra os trabalhadores e a juventude, na tentativa de mostrar pra burguesia que ainda pode servir aos seus interesses, nós achamos fundamental debater com o conjunto dos estudantes a situação politica nacional e como isso se reflete em nossas vidas. Foi com esse intuito que realizamos debates sobre a crise politica nacional, o desmonte da universidade e o que a FEUSP tem haver com isso?

Num dia histórico onde há 52 anos atrás entravamos numa das eras mais terríveis do Brasil, com o golpe militar. Debatemos como o impeachment se configura como uma manobra reacionária dessa direita racista, machista, lgbtfóbica, um golpe institucional (e não militar como tentar fazer parecer setores governistas) que visa atacar ainda mais direitos democráticos duramente conquistados por meio de lutas. Em todo debate reforçamos a necessidade de lutar contra esse impeachment, mas não sob as bandeiras do PT, já que essa luta não significa em nenhum momento assumir qualquer sombra de responsabilidade pelo governo Dilma - que junto a Lula abriu o caminho para o fortalecimento da direita - ou aceitar os ataques que o PT vem desferindo contra nós. Afinal foi esse governo que abriu espaço para essa direita e fortaleceu ainda mais a justiça burguesa, de Moro e da Lava Jato, que hoje tenta tira-lo do poder. Não podemos defender um governo que mantém as tropas brasileiras no Haiti, estuprando e violentando essas mulheres, que coloca a UPP nos morros do Rio de Janeiro pra matar a juventude preta e pobre e que rifou a pauta do aborto por alianças com setores conservadores.

Partindo de que os estudantes podem ter um enorme potencial enquanto caixa de ressonância das lutas da classe trabalhadora. Hoje a juventude precisa se colocar em cena pra que o cenário aberto por Junho de 2013 se feche pela esquerda, buscando fortalecer uma alternativa realmente independente na construção de um plano de lutas contra o impeachment e os ajustes do PT, como votamos em nossa assembleia e também como foi aprovado na assembleia de trabalhadores da USP.


Temas

Educação    USP



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