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ACORDÃO POR CIMA CONTRA VONTADE POPULAR | FHC quer "acordão" com PT para uma saída de Temer "controlada" por cima

Avaliando impossibilidade de que Temer se mantenha, o tucano FHC já passou a procurar interlocutores para costurar um "acordão" de transição do governo para que essa seja "controlada" pelos partidos políticos da ordem. Ele quer fechar a questão com o PT.

segunda-feira 22 de maio de 2017 | Edição do dia

Nelson Jobim, ex-presidente do STF que foi Ministro da Justiça de seu governo e Ministro da Defesa de Lula e Dilma, foi o primeiro que FHC procurou para tentar começar a costurar seu acordão para que a queda de Temer não mude nada de fato, mantendo os trabalhadores e o povo alheios a qualquer decisão sobre os rumos do país.

Ele diz que em 2018 todos os partidos do regime poderão se enfrentar nas eleições, mas que agora o momento é de união. Claro, união entre os de cima para evitar que a política "caia nas ruas", que as decisões sejam tomadas pelos trabalhadores mobilizados e organizados.

Enquanto costura sua saída pactuada, FHC defende a "firmeza" de Temer em meio à crise. Disse a pessoas próximas que o PSDB não pode "trair" Temer, e ligou para o presidente golpista no sábado aconselhando que ele "resiste" e fique "firme" em meio à crise.

Como a todos os políticos que participam do banquete desse regime político apodrecido e corrupto, regado a propinas dos empresários e com o objetivo único de beneficiar os capitalistas, o que apavora Fernando Henrique é a possibilidade de que as coisas saiam do controle dos mesmos de sempre, e que a derrubada do governo Temer não seja feita de forma "lenta, gradual e segura", mantendo inalterado esse regime, de quem é um excelente representante.

Quer garantir que tudo mude para que tudo permaneça o mesmo. Que as reformas que atacam nossos direitos não sejam derrubadas junto com Temer. Que os políticos corruptos e os patrões continuem decidindo tudo.

Junto com FHC, o PSDB tem pavor a tudo que aprofunde a instabilidade política, pois sabem que com a impopularidade total que reina não apenas em relação ao presidente golpista, mas sobre todos os políticos do regime, e ainda mais com a classe trabalhadora dando mostrar de força e organização como foi no 28A, qualquer passo em falso é um risco para seu domínio. Foi por isso que os tucanos desmarcaram reunião com o DEM que tinham nesse domingo em Brasília. Veja a justificativa do líder do PSDB no Senado:

"A reunião foi cancelada porque vazou para a imprensa que esta seria uma reunião de decisão sobre a permanência do partido no governo ou não. Como a reunião não tinha esse propósito, foi melhor foi cancelá-la, pois não seria possível fazer qualquer tipo de anúncio de decisão, já que não era essa a finalidade."

Ou seja, temiam que a reunião criasse mais instabilidade. PSDB deseja que o "acordão" leve à saída mais conservadora e contrária aos nossos interesses: a eleição indireta do presidente. E Nelson Jobim entra como articulador dessa medida. Tudo para que as reformas continuem em curso.

Nós, por outro lado, temos que nos organizar, ir às ruas, tomar Brasília nesse dia 24, criar nossos comitês de base nos locais de trabalho e estudo, para derrubarmos Temer e as reformas e impedir qualquer saída em que se mantenha esse regime político. Seja a reacionária eleição indireta, ou seja uma nova eleição direta em que também tudo permanecerá o mesmo. Coloquemos de pé uma Assembleia Constituinte em que poderemos lutar para mudar as regras desse jogo corrupto.




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