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CRISE POLÍTICA | FHC diz em "gesto de renúncia", mas PSDB mantém indefinição entre eleições indiretas e Temer

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso divulgou nesta quinta-feira (18) em sua página oficial do Facebook uma nota se posicionando frente às gravações que incriminam o atual presidente Michel temer na qual apela para a Constituição como forma de resolver a crise política.

sexta-feira 19 de maio de 2017 | Edição do dia

Foto: Nacho Doce/Reuters

Na nota em que defende a renúncia de Temer o psdbista escreve “os implicados terão o dever moral de facilitar a solução, ainda que com gestos de renúncia”. Hoje também, um grupo de deputados do PSDB assinou um dos pedidos de impeachment de Michel Temer, em ação articulada pelo deputado João Gualberto (PSDB-BA). O PSDB, principal partido aliado de Temer ainda não confirmou seu rompimento com o governo, no entanto ao defender o cumprimento da Constituição fica implícito a posição em defesa de eleições indiretas como forma de responder a crise que se abriu no planalto através de uma saída à direita.

O PSDB mudou de posições durante o dia, contudo manteve uma reivindicação da Constituição para responder a crise. De um lado, é uma maneira nebulosa de se posicionar, por outro com a queda de Temer um dos nomes cotados para assumir seu lugar poderia ser FHC. Isto porque se Temer renunciar quem assume provisoriamente durante três meses é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (PMDB), após esse período acontecem eleições indiretas em que para se candidatar é necessário estar há pelo menos 6 meses afastado dos cargos no Executivo, Judiciário e Ministério Público.

O PSDB já abalado com o fato de Aécio Neves ter sido golpeado no centro do vídeo da JBS, e José Serra ter sido pego pela Lava Jato em inúmeras citações e escândalos de corrupção, poderia se colocar em uma situação de risco com, a partir de eleições indiretas, FHC acabar assumindo um pais em crise. Ainda mais por ser principal dirigente histórico que consegue fazer mediações entre as distintas alas do partido, em um momento onde se abre fissuras no regime com luta de classes como mostrou o 28 de abril, dia de greve geral em que milhares de trabalhadores e trabalhadoras paralisaram em seus locais se trabalho em oposição às reformas do governo.

De qualquer forma FHC já demonstrou que para o PDSB a renúncia de Temer é um meio de buscar a governabilidade completamente comprometida, segundo o próprio declarou ao jornal Valor. Quando FHC escreve que o país tem pressa “para ver na pratica medidas econômico-sociais que deem segurança, emprego e tranquilidade aos brasileiros”, na verdade o que ele quer dizer é que tem pressa para ver aprovada a reforma trabalhista e a reforma da previdência.

Nos próximos dias devem ir se definindo posições, contudo o PSDB se encontra em uma sinuca, as múltiplas saídas incertas para o regime, eleições indiretas acarretaria contradições tanto pelo nome de FHC, como por ser uma medida anti popular. As eleições direitas fortalece o PT, assim o PSDB tem ainda uma posição indefinida que acaba por defender a manutenção de Temer.




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