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CRISE NO GOVERNO TEMER | Executivos do mercado financeiro abandonam o barco e dizem: governo Temer acabou

Executivos que operam no mercado financeiro falaram anonimamente ao jornal Valor e disseram que o governo Temer não tem como se manter. Eles esperam um dia turbulento no mercado financeiro nessa quinta-feira.

quinta-feira 18 de maio de 2017 | Edição do dia

As declarações foram feitas ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do jornal Valor, e expressam os ânimos no mercado financeiro quanto ao governo Temer. A expectativa é que os negócios dos capitalistas sejam duramente afetados pela delação de Joesley Batista e que o governo vá cair.

Um experiente investidor no mercado disse, ao saber da delação: "Acabou o governo. Acabou tudo. É um desastre".

Outro entrevistado pelo jornal afirmou: "A informação é uma bomba e provocará um revertério na votação das reformas no Congresso e torna-se um bom motivo para fazer dispararar o risco Brasil logo agora que o CDS [Credit Default Swap] caiu abaixo de 200 pontos".

Os executivos do mercado financeiro também veem o colapso das reformas de Temer, que eram o ponto central de seu governo, e a erosão de sua base no Congresso:

"Temer está escorado pelo processo de reformas que sua equipe propôs e não por sua popularidade. Com o presidente em xeque, após essa delação, as reformas não vão prosseguir até porque não haverá um Congresso para aprová-las. Além dos parlamentares já implicados na Lava-Jato, teremos aliados interessados em se afastar do presidente".

Na avaliação dos dois executivos, existe a possibilidade de que o presidente renuncie a seu cargo amanhã, e que, caso não o faça, seja afastado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por meio do julgamento da cassação da chapa Dilma-Temer, possibilidade que foi apontada inclusive por aliados de Temer e por âncoras da Globo como uma "saída honrosa" para Temer.

Sobre o que virá depois, apenas um dos entrevistados pelo Valor colocou sua hipótese: de que o Congresso Nacional, por meio de eleições diretas ou um Colégio Eleitoral, coloque FHC no lugar de Temer "e colocar o país rumo às eleições de 2018". A especulação não foi fundamentada pelo executivo.

Independente das apostas sobre o futuro político do país, o que as declarações dos executivos expressam de forma contundente é que os capitalistas estão pulando fora do barco do governo Temer, que afunda em velocidade impressionante. Procuram novas saídas para aplicar os ataques contra os trabalhadores e poderem salvar seus lucros, tentando seguir seu plano de aprovar as reformas para descarregar os custos da crise sobre nossas costas.

De nossa parte, cabe lutarmos por uma greve geral para derrubar Temer e as reformas, convocando a eleição de representantes para uma Assembleia Constituinte e dando nossa própria saída para a crise política e para que sejam os capitalistas que paguem pela crise.




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