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O deputado federal pelo PR-SP Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, está sendo acusado em ação trabalhista por Maria Lúcia Gonçalves, babá de sua filha entre março a junho de 2016, por assédio sexual. Os abusos teriam ocorrido durante viagens que fez com a família do deputado para São Paulo e Ceará. O processo foi para o ministro Celso de Mello do STF (Supremo Tribunal Federal) no final de junho de 2017 devido ao foro privilegiado do deputado.

terça-feira 4 de julho de 2017 | Edição do dia

Nas apurações feitas pela 10ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal sobre a acusação trabalhista, Maria Lúcia afirma que o primeiro episódio de assédio sexual ocorreu em maio de 2016 em viagem da família junto a assessores para São Paulo, por conta de entrevista que Tiririca daria ao “Programa do Jô” na rede Globo.

A vítima relatou que ficou no apartamento cuidando da filha do casal durante a entrevista e que, quando o deputado e os demais voltaram, Tiririca cheirava a álcool e a agarrou por trás dizendo que faria sexo com ela diante de todos, inclusive da própria filha de 8 anos. Após conseguir se desvencilhar, o deputado ainda ficou correndo atrás dela. Maria Lúcia disse que pediu ajuda e todos ficaram rindo da situação, sendo que apenas a menina a defendeu, empurrando o pai e jogando-o no chão. O deputado foi levado para a cama, embriagado. Como não havia cama para todos no apartamento de São Paulo, a empregada foi obrigada a dormir no chão, em um edredom.

Os episódios de assédio continuaram nos dias seguintes, durante festas da família no sítio de Tiririca perto de Fortaleza. O deputado continuou dizendo que queria fazer sexo com ela e que "se experimentar, vai gostar". A babá ainda relatou que durante esses dias chegou a ser apalpada pelo deputado e que o mesmo jogou no mar seu celular por ter gravações do assédio sofrido.

Ainda em Fortaleza, a patroa teria procurado a empregada e defendido que o marido agia daquela forma por gostar da funcionária. Na queixa à polícia Maria Lúcia disse que se sentia "ofendida" e "menos valorizada que um cachorro".

Maria Lúcia foi demitida logo após a viagem para o Ceará. Na delegacia, Nana Magalhães, esposa de Tiririca, disse que a empregada consumia bebida alcoólica durante o trabalho e por isso foi dispensada e que, após a demissão, Maria Lúcia começou a fazer ameaças de extorsão exigindo R$ 100 mil reais para não prejudicar a reputação do parlamentar.

Sobre ordem do ministro Celso de Mello a etiqueta dos autos foi mudada de "crime contra o patrimônio/extorsão" para "crime contra a liberdade sexual". O ministro analisará a queixa contra o deputado federal e argumentou que a acusação contra a empregada doméstica deve correr em primeiro grau por ela não dispor de foro privilegiado.




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