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DENÚNCIA | "Eu tenho certeza que peguei COVID no restaurante da fábrica”, diz trabalhador da Firestone

terça-feira 11 de maio de 2021 | Edição do dia

“Não tem como eu ter pego COVID em qualquer outro lugar que não fosse o restaurante da fábrica; moro com minha esposa e minha filha de três anos, tomo todos os cuidados, eu tenho certeza que peguei foi almoçando no restaurante, sempre lotado, os vestiários sempre lotados, a gente se cuida mas não tem como escapar tendo que estar nessas condições todo dia”

Estamos enfrentando uma crise sanitária que desde seu início, o empresariado, legitimados por uma política suja de Bolsonaro e Governadores, vem mostrando suas garras nos ataques e suas demagogias em relação aos cuidados com as vidas dos trabalhadores. Exemplo disso são todas as suas campanhas de combate ao vírus dentro das fábricas, onde implementam medidas, que mais servem para pressionar os trabalhadores a seguirem procedimentos e serem advertidos caso ocorra ausências de utilização de máscara, aglomerações e etc do que auxiliar na segurança e higiene dos trabalhadores e nos ambientes onde os mesmos atuam.


“ Semana passada teve um que voltou, depois de ter testado positivo, hoje sou eu, agora eu to tendo que ver como fazer, moro em casa pequena, não sei como vou conseguir ficar isolado aqui, tem que ver isso direitinho, não tem cabimento ter um restaurante cheio desse jeito, eu peguei ali, com certeza, por isso tem um monte de gente indo comer lá fora, ai não dá pra comer mais não”

As patronais aderem medidas de prevenção no chão de fábrica mirando na utilização de máscara e higienização das mãos com álcool em gel, mas esquecem de se atentarem aos restaurantes que, por mais que se tente evitar qualquer aproximação, é um espaço fechado, com máquinas de suco, com conversas, enfim, sendo impossível a ausência de propagação do vírus no ambiente. Esquecem dos vestiários, que aglomeram centenas de trabalhadores por turno, para que os mesmos possam se uniformizar e iniciar seu turno de trabalho, são trabalhadores colocados em ambientes insalubres, pelo descaso do empresariado pelas nossas vidas, descaso esse, que empurra o trabalhador pra fora da fábrica para poder se alimentar com um pouco mais de tranquilidade, tranquilidade até chegar a metade do mês, obviamente, porque muitos trabalhadores acabam ficando sem VR e VA antes do final do mês, tendo em vista que o valor depositado é referente ao valor cobrado no restaurante da fábrica, sendo totalmente inferior ao valor de uma refeição fora da fábrica.

Enquanto os trabalhadores enfrentam condições precárias de trabalho, rebaixamento de salário, ausência de benefícios e risco de contaminação, as centrais sindicais seguem paraliticas, seguem virando o rosto pra realidade operária no chão de fábrica. É necessário que as centrais sindicais, levantem da cadeira e comecem a resgatar a história de luta dos trabalhadores de fábrica do ABC e em um só punho golpear os ataques das patronais. Precisamos organizar os trabalhadores, de todas as categorias, para podermos vistoriar as condições do dia a dia assim como impor por meio da luta, uma saída assertiva à degradação das condições de trabalho. Só a classe trabalhadora organizada pode trazer a terra uma resposta racional à crise.

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