sexta-feira 17 de junho de 2016 | Edição do dia
Imagen: Getty
A organização Human Rights Watch (HRW) denunciou nesta quinta-feira que a polícia da Etiópia assassinou mais de 400 manifestantes e deteve outros milhares nos últimos sete meses durante a repressão aos protestos registrados na região de Oromia.
A onda de violentos protestos, protagonizados em sua maioria por estudantes, contra um polêmico plano urbanístico que previa a expansão da capital etíope causou ao menos 140 mortos no final de 2015. Esta cifra aumentou para mais de 400 até maio, segundo um comunicado da HRW.
O informe detalha os métodos brutais de repressão utilizados contra os manifestantes e o maltrato aos presos.
A vicediretora para a África do HRW, Leslie Lefkow, disse que “as forças de segurança etíopes atiraram e assassinaram centenas de estudantes, agricultores e outros manifestantes pacíficos com um desprezo descarado pela vida humana”.
A polícia etíope utilizou munição para controlar e matar os manifestantes, que temiam que o plano urbanístico continuasse removendo os agricultores da região de Oromia, que cerca a capital etíope.
A polícia e o exército também detiveram dezenas de milhares de estudantes, professores, músicos, opositores, trabalhadores da saúde e pessoas que ajudaram os estudantes a fugir ou se refugiar.
Um número desconhecido deles permanece detido sem nenhuma acusação e nenhum acesso à apoio jurídico.
Algumas mulheres sofreram abusos sexuais e outros detidos foram torturados enquanto estavam presos: pendurados pelos tornozelos e espancados, eletrocutados ou tendo pesos amarrados em seus testículos.
Oromia é a maior região do país e lar de seu principal grupo étnico, composto por cerca de 27 milhões de pessoas em uma população total de mais de 94 milhões de habitantes.
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