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PROTESTO CONTRA ASSASSINATOS POLICIAIS | Estudantes protestam contra assassinato de jovens pela PM em qualificação de Witzel na UFF

quinta-feira 15 de agosto de 2019 | Edição do dia

Foto: Gabriel Paiva / Gabriel Paiva

A banca de qualificação de doutorado do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), na tarde desta quinta-feira, 15, acabou em repressão a estudantes do lado de fora, já que o acesso à sala não foi permitido ao grupo que protestava contra a política de carnificina promovida pelo governador do Rio. A sua qualificação, etapa anterior à defesa da tese de doutorado, ocorreu em um campus da Universidade Federal Fluminense (UFF) diferente daquele para a qual estava prevista.

Seguranças à paisana interditaram o andar do prédio e, após estudantes tentarem entrar na sala onde ocorreria a qualificação, a Polícia Militar chegou para impedí-los e reprimir o protesto. Ao deixar o prédio cercado por seguranças, o governador ouviu gritos de "pare de matar estudantes", "fascista" e "genocida".

Ele acenou cinicamente para os estudantes, que o questionavam sobre os jovens mortos pela polícia do Rio nos últimos dias. A tese do governador, intitulada "A dimensão política da jurisdição", é vinculada à ciência política. Esse mesmo governador, que vai à academia defender suas ideias reacionárias, as coloca em prática com a polícia matando crianças e ele mesmo andando de helicóptero e supervisionando esse massacre contra o povo negro e os moradores das favelas cariocas.

Após os estudantes anunciarem que fariam um protesto no dia da qualificação, o local foi alterado sem aviso. Aconteceu no prédio da Faculdade de Administração, em outro campus da universidade, também em Niterói, região metropolitana do Rio. Witzel já havia sido alvo de protesto em Niterói na noite desta quarta-feira, 14, quando participou de evento com o prefeito da cidade, Rodrigo Neves (PDT). O motivo era o mesmo: a política de segurança do governo estadual.

Conselheira universitária, a estudante de Relações Internacionais Diana Vidal, de 20 anos, disse que os manifestantes queriam fazer um protesto pacífico dentro da sala. Eles tentaram entrar pela escada do prédio, mas seguranças à paisana impediram a entrada dos alunos e dos jornalistas. Os jovens discutiram com os homens e, depois, com os agentes da PM

"Queríamos mostrar, durante a qualificação, os rostos dos jovens mortos pelo governo. Sem agredir ninguém", explica Diana. "Nós somos estudantes da universidade e temos o direito de assistir à qualificação. Interditaram todo um setor e a reitoria disse que autorizou a entrada da Polícia Militar."

Procurado, o governador disse via assessoria de imprensa que "respeita qualquer manifestação, desde que ocorra dentro dos limites legais e da democracia".

Em nota, a UFF disse que o esquema de segurança foi organizado pela equipe do governador e que "só eles possuem detalhes sobre o seu planejamento." A universidade afirmou ainda que os policiais acompanhavam a comitiva de Witzel. "Neste evento, a relação da UFF com o governador foi uma relação de uma instituição de ensino com o seu estudante." Nesse caso, um estudante responsável pelo assassinato de seis crianças na última semana.

Já a Polícia Militar alegou que tem o "dever constitucional de garantir a segurança e a integridade física tanto do Governador do Estado como das demais autoridades constituídas democraticamente." E disse que a presença dos agentes no campus foi solicitada pela própria universidade. Enquanto protegem o "estudante" Witzel, disparam a esmo matando as crianças estudantes nas favelas.




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