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Movimento Estudantil | Estudantes paralisam na USP por falta de água em moradia estudantil

Estudantes da USP organizam paralisação e trancaço do portão 1, neste dia 20/09, após a reitoria da universidade deixar estudantes de moradia estudantil há mais de um mês sem água. Unir estudantes, trabalhadores e professores contra o projeto de precarização da USP.

quarta-feira 21 de setembro de 2022 | Edição do dia

Nesta semana, diferentes cursos na USP aderiram à paralisação do dia 20 de setembro e o trancaço contou com a presença de estudantes e trabalhadores em frente a portaria 01 da USP. A ação está inserida em um dia de mobilizações contra a falta de água nos blocos do CRUSP, com um ato marcado para às 10h em frente à SAS.

Conforme denunciado no Esquerda Diário, os moradores do CRUSP, moradia estudantil da USP, ficaram mais de um mês com quase nenhum acesso à água. Essa situação absurda a qual os estudantes foram submetidos escancara os resultados da política privatista levada à frente no último período, com ínfimos investimentos em permanência estudantil, sucateamento das condições de moradia e de estudos na USP.

A situação dos moradores do CRUSP não é de hoje e tem se agravado cada vez mais por negligência da reitoria e pelos ataques orçamentários dos governos às universidades. Além da falta de água e da precária infraestrutura dos prédios, os estudantes tiveram retirado um dos seus blocos de maneira bastante unilateral e autoritária sob o pretexto de reforma, correndo risco de não devolução, tal como a reitoria já fez anteriormente com os Blocos K e L, o que coloca a necessidade em dia a exigência de retomada desses blocos.

Enquanto os estudantes seguem há anos sem infraestrutura, chegando ao ponto de sequer contarem com água em suas casas, a reitoria seguiu dando aval para a iniciativa privada na universidade e o avanço do policiamento no campus. Esses avanços foram marcados pela crescente terceirização, o avanço de grupos empresariais sobre a produção científica e pelo enquadramento de estudantes pela guarda e pela polícia militar. Tudo isso coloca a auto-organização dos estudantes desde as bases para responder contra essa precarização, sendo essa tarefa central do DCE livre da USP, dirigido pelas correntes Juntos, Correnteza e PCB, a fim de massificar a disposição de luta de setores do movimento estudantil que se expressou agora no dia 20.

Mais ainda, coloca também que essa auto-organização se dê em aliança com os trabalhadores. O projeto privatista em curso, ao passo que afetou as condições de permanência, reduziu o quadro de funcionários e tem impedido a contratação de novos trabalhadores pelos parâmetros de sustentabilidade. A falta de contratações também se expressa na redução de professores e na consequente precarização dos cursos, sobretudo, das áreas que não devem receber investimento econômico da burguesia.

A organização entre trabalhadores e estudantes pode massificar a luta contra os governos que atacam a educação e também contra a reitoria que tenta se apresentar de maneira demagógica como inclusiva, como se expressou com a pró-reitoria de inclusão. É preciso unificar trabalhadores, estudantes e professores contra a precarização da universidade, pela garantia de infraestrutura do CRUSP e moradia para toda a demanda, pela devolução imediata dos blocos K e L. É preciso mais verbas e a abertura imediata do livro de contas da universidade, basta de dinheiro para a iniciativa privada. Por bolsas de pelo menos um salário mínimo aos estudantes, mais contratações e efetivação dos terceirizados sem necessidade de concurso público para acabar com a precarização do trabalho na universidade.

O avanço da mobilização por essas demandas passa pelo questionar também a situação política nacional, marcada por uma paralisia profunda, fruto da política das direções estudantis e sindicais do PT e PCdoB que alimentam ilusões nas alianças com a direita e nas eleições como único caminho para derrotar a extrema direita. Ao contrário, é preciso fortalecer os espaços de auto-organização dos estudantes, aliada aos trabalhadores e sem conciliações.




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