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LUTA POR EDUCAÇÃO NO PARAGUAI | Estudantes paraguaios em luta pela educação pública

A luta pela educação pública no Paraguai já faz muito tempo que se iniciou. Um dos grandes acontecimentos foi a ocupação da Universidade Nacional de Assunção (UNA) em outubro de 2015 por parte dos estudantes, com o apoio de docentes, pai e mães, que conseguiram a destituição do Reitor Froilan Peralta.

sexta-feira 13 de maio de 2016 | Edição do dia

Depois do vitória, foi organizada uma Assembleia Geral Interestamental com a participação de três mil estudantes. Além disso, foram realizadas assembleias no Direito, na Politécnica, Veterinária e Economia.

Na Assembleia Geral InterEstamental da UNA no domingo, foi decidido por unanimidade rechaçar a intervenção do CONES (órgão estatal encarregado de regular a educação superior), pois o mesmo não tem nenhuma credibilidade para os estudantes por estar vinculado ao governo e ao Partido Colorado. Uma intervenção do CONES significaria dar-lhes o período de 6 meses de folga para que façam um “julgamento” sobre a crise pela qual passa a UNA. Em outras palavras, é esfriar o processo enquanto os corruptos que gerem a UNA tenham tempo para desaparecer com todas as provas contra eles (como demonstrou a semana anterior quando um grupo de funcionários foi encontrado queimando documentos).

Os resultados mais palpáveis da luta estudantil até agora foram as renúncias que se sucederam como resultado da pressão dos estudantes: renunciaram Froilan Peralta (Reitor), Andrés Amarilla (Vice-Reitor), Antonio Rodríguez (decano de Economia), Isasio Vallejos (Decano de Engenharia). Finalmente, na quarta-feira, renunciaram Juan Gualberto González (Decano de Veterinária), Rúben Di Tore (Decano de Odontologia) e Aníbal Peris (Decano de Medicina), um dos mais questionados, pois é responsável pelo Hospital de Clínicas, o maior do país e que movimento muito dinheiro. Peris também está envolvido numa história de ter convertido o hospital em uma mais seção do Partido Colorado e de perseguir os funcionário não-colorados na faculdade.

Sobre o caso do teto caído sobre estudantes enquanto estavam em uma aula em 2015, deixou em evidencia que os fundos de subvenções da Itaipu Binacional para a construção e manutenção das instituições educativas, chamado FONACIDE – Fundo Nacional de Intervenção Pública e Desenvolvimento, e administrados pelos municípios, são alvos de corrupção e negligência dos funcionários públicas da educação no Paraguai. O que levou os estudantes a ocuparem os colégios como forma de reivindicar seus direitos. Um ano depois os estudantes retomam a luta por educação, de tal forma que sua primeira ação foi ocupar o Colégio Nacional República Argentina.

Desta vez, os secundaristas são os protagonistas dessa luta que vinham se organizando desde outubro de 2015, quando uma greve nacional pelas suas reivindicações. Embora, tenha sido boicotada pela ministra, isso não impediu que mais de 6mil estudantes se mobilizassem em uma manifestação no Ministério da Educação.

Hoje estão ocupados mais de 100 colégios em todo o país, e dia-a-dia cada vez mais colégios são ocupados se somando na luta por uma educação de qualidade. O que levou a ministra de educação Marta Lafuente a renunciar e irrisoriamente ela foi substituída por Enrique Riera, membro do Partido Colorado.

Frente a esta provocação, a União Nacional de Centros de Estudantes do Paraguay (UNEPY), a Federação Nacional dos Estudantes Secundaristas (ONES) e estudantes independentes declararam seu repúdio a essa nomeação, já que Riera, como vice-presidente do júri especial de juízes, é o mesmo que submeteu a julgamento a promotora Blanca Aguero que investigou o prefeito Cárdenas de Lambre por quebra de confiança devido ao mal uso do FONOCIDE pela queda do teto no Colégio Nacional de Lambré, em Assunção. No dia 8 de maio foi declarada greve por tempo indefinido.

Entre suas demandas, os estudantes exigem:

  •  Fim da resolução 4613 que regulamenta a formação de centros de estudantes, e a aprovação da proposta apresentada pelas organizações estudantis no ano de 2013.
  •  Declarar emergência institucional sobre a infraestrutura das instituições de ensino em situação crítica.
  •  Criação de uma mesa de resolução formada pela comunidade de educação para discutir a reforma e reengenharia do Ministério de Educação e Cultura.
  •  O aumento gradual do Produto Interno Bruto (PIB) anula destinado a graduação.
  •  Formação docente.
  •  Almoço escolar.


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