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Secundaristas | Estudantes do Helena Guerra conquistam nova turma após terem protestado contra sala superlotada

Os estudantes do segundo ano do ensino médio da Escola Estadual Helena Guera estavam nessa situação desde o começo do semestre, mas seu protesto surtiu efeito e os alunos conseguiram conquistar uma nova turma. Veja ao final um relato dos estudantes contando como foi toda essa luta.

segunda-feira 21 de março de 2022 | Edição do dia

Desde o começo do ano letivo, os estudantes do segundo ano do ensino médio da Escola Estadual Helena Guerra, no município de Contagem (MG), estavam sofrendo com a superlotação da sala 218. A Secretaria de Educação havia liberado apenas uma turma para o segundo ano, fazendo com que cerca de 60 alunos tivessem que ocupar a mesma turma quando a lotação máxima é de 40 alunos. Como denunciamos aqui, os estudantes estavam sofrendo com o calor desumano, a inevitável aglomeração em tempos de pandemia e consequentemente a grande dificuldades para o acompanhamento das aulas dadas por seus professores.

As queixas foram recorrentes mas tanto a direção da escola quanto a secretaria de ensino não davam nenhuma solução para o caso, marcando e remarcando prazos para solução que nunca eram cumpridos. Exatamente por conta de toda essa situação de descaso, os próprios estudantes se organizaram e realizaram um protesto dentro da escola no dia 3 de março. Essa demanda dos estudantes foi apoiada por seus professores que inclusive levaram essa pauta para o ato de greve na secretaria regional de ensino Metropolitano B no dia 11 de março.

A atuação dos estudantes do Helena Guerra foi exemplar que justamente por sua determinação na mobilização e a unidade dos estudantes com os trabalhadores da educação foram os elementos determinantes para que a demanda da nova turma pudesse ser atendida.

Este é um pequeno, mas muito forte exemplo de qual o caminho precisamos trilhar para conquistar as demandas da educação pública. A unidade entre estudantes, professores, trabalhadores da educação e toda a comunidade escolar é muito poderosa e se generalizada pode inclusive colocar Zema e Kalil contra a parede, fortalecendo nossa greve.

Trechos dos relatos dos estudantes do Helena Guerra:

“No primeiro dia de aula nós chegamos na escola, eles nos direcionaram para uma sala no andar de baixo, porém a sala lotou, não tinha espaço o suficiente para andar lá dentro, os alunos ficaram tumultuados na sala todos juntos, uma sala onde a capacidade máxima era 40 alunos estava com 55 ou mais presencialmente, pois matriculados são 60.

Neste primeiro dia nós ficamos nessa sala até o terceiro horário e depois fomos para o auditório, no auditório não tem mesa para apoiar os materiais, aí eles decidiram nos levar para a sala de multimídia da escola, que é um pouco maior mas ainda sim só cabiam 48 alunos dentro, então a sala continuou cheia. Até então a informação que nós alunos tínhamos era que a secretaria que tinha que liberar a sala 219, mas que até o dia 23 de fevereiro iriam dar a resposta, dia 23 chegou, nós não tivemos nenhuma resposta e aí nós separamos 6 alunos para ir conversar com a inspetora referente ao Helena Guerra e ela nos falou que só iriamos ter uma resposta do dia 07/03 ao dia 10/03.

Porém a situação na sala estava crítica, teve aluno passando mal, tendo crise de ansiedade dentro de sala, aluna com claustrofobia, era muito calor, pois a situação era precária, muita gente em pouco espaço, então decidimos fazer o protesto. Tínhamos um dia marcado para realizar o protesto, mas um dia antes a vice diretora foi na nossa sala e falou que não era para a gente fazer o protesto, pois além de bagunçar a escola, ninguém iria ficar sabendo pois não teria ninguém importante o suficiente na escola para ver o protesto e fazer valer a pena o esforço. Porém ficamos sabendo que toda quinta-feira é dia de inspeção na escola, e as inspetoras de outras escolas da região vão lá fazer o trabalho delas, aí decidimos que faríamos o protesto na quinta-feira.

No dia do protesto, 2 dos 6 alunos representantes foram lá na sala conversar com a inspetora novamente enquanto os outros alunos estavam do lado de fora protestando, todos com muita dedicação, determinação e força, ficaram resistindo quanto tentaram nos calar, falando que não poderíamos fazer o protesto, que não poderíamos ficar sem aula e fora de sala, o que não fazia diferença pois na situação que estava dentro de sala não tinha como prestar atenção na aula então ficava como se fosse uma aula inválida.

Eles tentaram nos levar para dentro de sala mas nós estávamos decididos que não iríamos pisar dentro de sala naquele dia, os vice diretores fizeram uma contagem com os alunos e separaram quem estava frequente nas aulas para ficar na turma e o restante ficaria de manhã, ou não iria frequentar as aulas até resolver a situação, mas não tem como nenhum aluno ficar de manhã, pois todos tem compromissos na parte da manhã.

Depois eles falaram que era para a gente ir pra sala para fazer a medição e ver quantas pessoas poderiam ficar na sala de acordo com o que pede nos regulamentos pela pandemia. Depois nós tivemos aula no bosque da escola e na quadra com os professores que apoiaram nossa luta, e que ficaram do nosso lado o tempo todo.”




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