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Estudantes de luta: por uma greve ativa, alun@s da UEPB promovem ocupação no Campus de Guarabira (PB)

quarta-feira 12 de abril de 2017 | Edição do dia

A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) está em greve. Conforme pontuado em matérias anteriores, para responder ao momento de crise e reivindicar abertura de negociações com o governo do Estado e a Reitoria, os docentes da UEPB pararam suas atividades desde esta quarta-feira, 12 de abril.

Segundo nota lançada pela Associação dos Docentes – ADUEPB, essa situação de greve é uma iniciativa limite para que o governador receba os representantes do sindicato e discuta sobre a crise orçamentária que atinge a instituição, se esperando o mesmo da reitoria.

O Comando de Greve dos professores da UEPB está se reunido na sede social da entidade para avaliação e deliberação das ações do movimento e busca ampliar o apoio e atividades durante a greve.

Porém, nem só os docentes estão mobilizados. A juventude, mais uma vez, demonstra muita disposição para a luta e estudantes de diversos cursos, em sua maioria História, Pedagogia, Letras e Geografia, estão ocupando o Campus III, na cidade de Guarabira. No Brasil, as ocupações estudantis como método de luta surgiram com maior força na cena política nos anos de 2015 e 2016, com os estudantes secundaristas como grandes protagonistas. Ainda em 2015 os secundaristas de São Paulo ocuparam centenas de escolas, impondo naquele momento uma derrota ao governo Alckimin. Esse movimento inspirou estudantes de todo o país, que ocuparam mais de mil instituições de ensino em 2016 tendo destaque as do Estado de Paraná, e que estiveram na linha de frente na luta contra os ataques do governo golpista institucional e dos governos estaduais.

Sabemos que os campi fora de sede costumam sentir mais duramente o peso da crise e a sofrem com a precarização desde a estrutura física da universidade. Há cerca de duas semanas, mais precisamente no dia 27 de março, parte da estrutura do teto de uma sala de aula desabou machucando três alunos do curso de Direito em Guarabira. Ontem, dia 11 de abril, enquanto alunos da ocupação passavam pelas salas se apresentando e pontuando os motivos da greve e da ocupação, a situação se repete e mais um pedaço considerável de um teto de uma sala de aula em funcionamento desaba, atingindo as pernas de uma estudante e assustando professora e alunos. Felizmente nada de mais grave ocorreu.

A greve aparece, assim, como algo inevitável, segundo os próprios alunos, por episódios assim acontecerem na véspera de seu início. É mantida a necessidade de denunciar que não da para continuar reduzindo mês a mês o repasse da UEPB. No entanto, esta situação também enuncia a ausência de cuidados sérios com o Centro de Humanidades-CH, Campus III, fundamentalmente.

Segundo informações dos próprios alunos, a ocupação está a favor da mobilização dos professores, entendendo a necessidade da greve visto que a UEPB está sofrendo um sucateamento gritante. A ocupação tem o apoio dos discentes e docentes na manutenção dos alimentos para os ocupantes. Trata-se de uma ocupação que é por tempo indeterminado devido a necessidade de unificação das pautas entre o sindicato é o movimento estudantil.

O posicionamento discente nas assembleias promovidas pelo DCE foi de acordo com a greve, entendendo que o objetivo será uma "greve ativa". Diversos campi como o de Guarabira e Patos já estão sendo ocupados, além disso, outros campi estão se mobilizando. Há a arrecadação de alimentos, produtos de higiene e o recebimento de doações para que a permanência na luta continue. A programação da ocupação inclui aulas, oficinas, intervenções culturais, exibição de filmes e documentários, entre outras coisas, sendo tudo postado nas redes sociais, diretamente no Facebook do movimento "Resiste UEPB".

Professores e alunos de UEPB favoráveis à utilização do instrumento de greve nessa situação limite buscam agora amplificar essa luta, e esperam que suas cobranças se juntem às cobranças da sociedade e que provoquem soluções para o problema da instituição.

Nós do Esquerda Diário apoiamos e nos solidarizamos com o movimento de ocupação estudantil como uma forma de resistência à precarização sofrida pela universidade e que atinge de forma direta o corpo discente.

Devemos coordenar as lutas e lutar pela construção de uma greve ativa na UEPB, e pela greve geral dos trabalhadores num plano nacional. Convidamos todos a prestar solidariedade de forma ativa, promovendo atividades, aulas públicas junto aos estudantes, somando-se às ocupações em curso e ampliando-as na perspectiva de barrar os ataques aos trabalhadores e à juventude.


Temas

UEPB    Juventude



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