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ELEIÇÕES 2018 | Estudantes de Marília se posicionam por voto crítico em Haddad, contra a extrema direita, o golpismo e as reformas

Reproduzimos abaixo o posicionamento sobre as eleições tirado em Plenária dos Estudantes da Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP, campus Marília:

sexta-feira 26 de outubro de 2018 | Edição do dia

Marília, 25 de outubro de 2018

A Plenária Estudantil da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp de Marília aprovou no dia 25 de outubro a orientação para que a categoria vote em Haddad criticamente contra Jair Bolsonaro, a extrema direita, o golpismo e as reformas que atingirão diretamente a classe trabalhadora. Isso não significa o apoio político ao PT, que durante anos governou conciliando com os interesses da burguesia e mantendo a classe a trabalhadora imobilizada, ao não organizar ações através das entidades que coordena, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), assim com a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que é dirigida pelo PC do B, partido de Manuela d’ Ávila, vice-presidente de Fernando Haddad.

O candidato do Partido Social Liberal expressa os resquícios da podridão do período de Ditadura Civil-Militar. Tudo o que ele representa e o que desperta em um contexto de polarização política tão grande se manifesta em discursos machistas, LGBTfóbicos e racistas do candidato com apoio de seus seguidores que direcionam ataques a setores oprimidos e aqueles que se colocam em sua oposição. Tais ataques têm sido cada vez mais frequentes. Um dos exemplos mais emblemáticos é o do mestre capoeirista Moa do Katendê, artista, negro de 63 anos que foi assassinado a facadas no dia 07 de outubro, pelo simples fato de criticar a candidatura de Bolsonaro e os retrocessos que esta representa.

Este não foi um caso isolado. Após uma semana do primeiro turno foram registrados mais de 50 ataques, todos com as mesmas motivações. Sendo assim, é visível que essas eleições trazem os ecos da ditadura presentes em cada uma dessas ações, já que os ataques à classe trabalhadora e aos movimentos sociais não se fazem nem se quer de forma velada. O que está em jogo é algo bem mais complexo que um resultado, é nosso direito mínimo de opor-se e manifestar-se contra um estado que nos oprime brutalmente.

Bolsonaro e a extrema direita querem esmagar a organização da juventude e dos trabalhadores, isso inclui a nossa organização estudantil. Significa um retrocesso em todas as conquistas obtidas através da luta nos últimos anos, a perda da permanência estudantil e de uma educação pública e gratuita, que, infelizmente, sempre esteve longe de ser qualitativa por falta de investimento. Soma-se a isto a retirada de projetos de ações afirmativas, como as cotas sociais e raciais, que com todos seus limites tenta modificar o grau de elitização das universidades.
Assim como diversas universidades por todo o país, tanto públicas quanto privadas, que se posicionaram em rechaço a essa candidatura de extrema direita, e que desde já vem sendo censuradas e reprimidas com apoio do Poder Judiciário golpista, também nos colocamos profundamente contrários a Jair Bolsonaro, da mesma forma que também repudiamos as tentativas de nos calar em meio a um processo eleitoral escancaradamente manipulado.

Faz-se necessário que desde já organizemos a luta independente a partir das bases estudantis, em aliança com os trabalhadores e professores contra a extrema direita, pois não temos ilusão alguma de que este combate se encerrará meramente em nossos votos, mas sim na luta de classes, superando as estratégias de conciliação petistas.

Plenária dos Estudantes da Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP de Marília




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