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Estudantes de Biologia/UFMG votam paralisação contra ataques de Temer à educação

No início da noite de segunda-feira, 3 de Outubro, os estudantes de Ciências Biológicas da UFMG decidiram paralisar as aulas no dia 5 de Outubro contra os ataques do governo golpista de Temer, juntando-se ao dia de paralisação nacional da educação chamado pela CUT e CNTE.

segunda-feira 3 de outubro de 2016 | Edição do dia

Em assembleia geral convocada pelo Diretório Acadêmico da Biologia – Gestão Jana Moroni, cerca de 200 estudantes da UFMG decidiram paralisar as aulas contra a PEC 241, a PLP 257 e a MP da reforma do Ensino Médio, além de outros ataques do governo federal.

O dia também contou com uma programação pré-assembleia, com festival de chup-chup, bazar, batalha de MCs e campeonato de videogame e ping-pong, além de intervenções espontâneas dos estudantes.

Em nota, a gestão do Diretório Acadêmico declarou:

Hoje, em assembleia geral com cerca de 200 presentes, os estudantes de Biologia decidimos paralisar as aulas no dia 5 de Outubro contra a PEC 241, a PLP 257, a MP da Reforma do Ensino Médio e todos os ataques à educação, prometidos e os que já estamos sofrendo.

A PEC 241 propõe um “Novo Regime Fiscal”, impondo durante 20 anos um teto aos orçamentos dos órgãos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, limitados ao orçamento do ano anterior mais o IPCA do período. Isso significa uma queda brutal nos investimentos já escassos nos serviços públicos de saúde e educação, pressionando-os para a privatização. Além disso, a PEC 241 prevê a proibição de concursos públicos, de reajustes salariais aos servidores e de avanços nos planos de carreira, o que representa um duro golpe para a educação pública que já enfrenta grande déficit de professores e de recursos humanos nos quadros de apoio.

O PLP 257 já foi aprovada no último dia 10 de agosto e continua tramitando para a apreciação dos destaques. Esse Projeto de Lei estabelece que a renegociação das dívidas dos estados e do distrito federal com a União esteja condicionada ao “controle dos gastos públicos”, o que significa corte de verbas destinadas aos serviços e servidores públicos e incentivo às privatizações.

Já a MP (Medida Provisória) de Reforma do Ensino Médio, que já está em vigor, mas cujos debates ainda não começaram. Mesmo assim, segundo seus idealizadores será montada uma comissão para análise e discussão sobre a não-obrigatoriedade de matérias cruciais para o desenvolvimento humano como: Sociologia, Filosofia, Artes e Educação Física, e o fim do ensino noturno para essa modalidade de ensino.

Além disso, Michel Temer já anunciou corte de mais 45% no orçamento das universidades federais para 2017.

Por isso, os alunos de Biologia decidimos que é preciso radicalizar! O governo golpista de Temer e seus ministros já mostraram a que vieram e para quem querem governar. Tentaram fundir e extinguir ministérios, entre eles um tão caro para os futuros cientistas, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Nós não vamos aceitar os ataques à educação e ao nosso futuro! Nós não vamos pagar pela crise!

Por isso chamamos todos os professores do ICB a apoiar a nossa paralisação e cancelar as aulas do dia 5, e também aos estudantes que não compareceram à assembleia, para construir a paralisação e participar da nossa programação.

É preciso que o DCE e todas as entidades estudantis da UFMG, como D.A.s e C.A.s, também convoquem assembleias em cada curso para organizar, desde a base e democraticamente, a luta na UFMG em defesa da educação. Apenas com milhares de estudantes mobilizados, paralisações e greves que mostrem nossa força, poderemos barrar todos os ataques do novo governo golpista.

Também é necessária a unificação com os técnico-administrativos da UFMG, já em greve, com os professores da nossa universidade e com cada escola e universidade em luta.

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