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USP | Estudantes da USP estarão nas ruas com os professores e por Marielle

Essa terça-feira será marcada por dois eventos muito importantes na cidade de São Paulo e os estudantes da USP estarão presentes em ambos.

Odete AssisMestranda em Literatura Brasileira na UFMG

segunda-feira 19 de março de 2018 | Edição do dia

Essa terça-feira será marcada por dois eventos muito importantes na cidade de São Paulo. Por um lado, a greve de professores e servidores municipais chega a um dia decisivo. Após a manobra de Dória fingindo retirar de pauta seu projeto de reforma da previdência, o SampaPrev, foi divulgado a pauta das sessões onde está prevista a votação desse projeto para a meia noite do dia 21. Uma infame tentativa de vencer pelo cansaço a luta dos professores e servidores municipais, que estão chamando um ato desde às 14h em frente a Câmara de Vereadores.

Enquanto isso, às 17h, no vão livre do Masp se concentrará o ato Marielle Vive, expressando a indignação frente ao brutal assassinato de Marielle e Anderson, dizendo que não aceitaremos nenhum minuto de silêncio frente a essa morte, e que apesar da demagogia dos golpistas e da mídia burguesa, o Estado é responsável, assim como é responsável por todas às pessoas mortas pela violência policial.

Os estudantes da USP marcarão sua presença em ambos os atos. No curso de Letras, apesar do Centro Acadêmico não ter chamado nenhuma reunião ou assembleia onde os estudantes pudessem discutir sobre esses importantes movimentos, o coletivo feminista do curso, Marias Badernas, aprovou estar presente no ato de professores e participar do bloco de estudantes da USP no ato por Marielle. Na Faculdade de Educação a assembleia dos estudantes, aprovou participação nos dois atos, levantando a consigna de “Quem matou a Marielle? Polícia investiga polícia?”, aprovaram também uma exigência a que o DCE livre da USP chame uma assembleia geral dos estudantes.

Na Sociais, os estudantes reunidos em assembleia de curso aprovaram não só a participação nos dois atos, levantando a bandeira de “Marielle Vive. Abaixo a intervenção! Investigação independente já!”. Fazendo uma exigência a que o DCE, atualmente sob gestão da chapa Nossa Voz, convoque para essa quinta-feira uma assembleia geral dos estudantes da USP. Onde possamos debater mais profundamente os próximos passos da nossa luta dentro e fora da universidade.

Nós da Faísca – Anticapitalista e Revolucionária, estaremos lado a lado com os estudantes da USP, com os professores e servidores municipais em greve e com todos aqueles que tomarão às ruas nessa terça-feira por Marielle. Desde os cursos onde estamos fomos linha de frente em defender a necessidade de assembleias para que o conjunto dos estudantes pudesse debater como podemos avançar na construção desse importante movimento exigindo justiça por Marielle, ao mesmo tempo que nos colocamos lado a lado, de uma das principais lutas em curso do país, a greve dos professores e servidores municipais de São Paulo. Infelizmente nem todos viam as assembleias como espaços democráticos e parte fundamental de organizar nossa luta, isso se expressou por exemplo na atitude do CAELL, centro acadêmico da Letras, que não deu nenhuma resposta as propostas dos estudantes sobre a necessidade de convocar uma assembleia do curso. Ou na resposta de um diretor do DCE, colocando que só iriam chamar assembleia geral no próximo mês, apesar de tudo o que está acontecendo exigir uma resposta para agora.

Essa terça-feira podem ser um dia marcante na história do nosso país, pois a ferida aberta do golpe institucional está mais que escancarada, e o povo nas ruas pode retomando o espírito de junho de 2013, incendiando o país por uma investigação independente no caso de Marielle e contra a intervenção federal no Rio. Em São Paulo esse clamor pode se unificar com a greve dos professores, em seu momento decisivo. Nós estudantes podemos ser um fator fundamental para que essa luta triunfe acabando com os planos de João Dória e dando um recado a toda burguesia que não aceitaremos que retirem nosso direito a aposentadoria. Buscando unificar as duas lutas, como parte de um mesmo combate contra contra os golpistas e esse Estado que nos querem calados. Podemos fazer a diferença nessa grande luta e nossas entidades estudantis devem estar a serviço de nossa organização para que possamos ser sujeitos desse movimento, tomando às ruas e fazendo junto aos professores, a terra tremer por Marielle.




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