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UNESP | Estudantes conquistam revogação das 17 expulsões na Unesp

quinta-feira 7 de maio de 2015 | 23:54

Neste dia 7 de maio ocorreu um ato em frente a reitoria da Unesp em São Paulo, que reuniu cerca de 250 pessoas, na data da reunião do Conselho Universitário que deliberou sobre o julgamento das expulsões decidindo pela revogação das expulsões e convertendo-as em uma suspensão de 180 dias. Impedir a expulsões significa uma vitória importante para a luta contra a repressão das reitorias. A organização dos estudantes conseguiu assim barrar a política da reitoria da Unesp, que seria tentar calar os estudantes das três estaduais paulistas, a partir de uma punição exemplar com a expulsão dos 17 estudantes.

A Reitoria da UNESP, então, recua em meio ao começo das mobilizações dos técnico-administrativos e docentes na universidade frente a possibilidade de não receberem reajuste salarial, fruto também do corte de 200 milhões nas 3 estaduais. Mas o impedimento das expulsões também é resultado de uma politização dentro do movimento estudantil, que vem desde o começo do ano dando resposta aos cortes e crises relacionadas a educação. A pauta por educação é debate aberto de crise nos principais partidos do regime, PT e PSDB, e com a recente repressão ao professores do Paraná e cortes de ponto em São Paulo, que geraram amplo repúdio da população, colocaram a reitoria em uma posição desfavorável para passar esse ataque.

Parte da vitória dos estudantes em barrar as expulsões é fruto também da campanha em defesa dos ameaçados que contou com o apoio massivo em outras Universidades, de diversas categorias de trabalhadores e personalidades, possibilitando que os estudantes estejam muito fortalecidos para seguir a campanha contra as suspensões. O ato que ocorreu hoje na reitoria da Unesp é resultado dessa campanha, onde estavam diversos estudantes da USP, UNESP e UNICAMP, com destaque a delegação de solidariedade organizada pelo CACH (centro acadêmico de ciências humanas da Unicamp) que foram com cerca de 30 estudantes no sentido de unificar a luta.

No percurso do dia 28 de janeiro de 2015, data de anúncio da ameaça das 17 expulsões da UNESP da Araraquara, até o dia 7 de maio de 2015 iniciou-se uma campanha pela revogação das expulsões, com apoio especial do comando de greve independente dos professores do Estado de São Paulo, de Araraquara.

A atuação dos professores em greve demonstrou exemplos de unificações das lutas em um processo em que a luta pelo reajuste salarial e a reabertura das 3900 salas de aula do ensino básico e médio fechadas pelo governo Alckmin, foram colocadas com o mesmo peso da luta pela revogação das expulsões, com ações de passagem de sala em sala na Universidade, criação de vídeos e chamados e a atuação em conjunto para a construção do ato contra a PL4330, o que somente reforçou que a unificação das lutas é o método mais efetivo para obtenção de nossas pautas.
Contundo, ainda que garanta o fim da ameaça de expulsão para os estudantes, para outros a suspensão de 180 dias significa jubilamento de curso, num ataque absurdo contra estudantes que apenas protestaram, lutaram e reivindicaram mais permanência estudantil e moradia, para se manter na Universidade, e cotas, para abri-la ao povo negro e pobre. Tentando manter um dos maiores ataques e processos em massa que o movimento estudantil já recebeu há pelo menos 20 anos.

Apesar deste recuo da Reitoria, neste conselho universitário decidiu-se por mais 31 sindicâncias para estudantes da UNESP de Rio Claro. Beatriz Costa, militante da Juventude as Ruas, comenta “que o processo repressivo na UNESP tem o objetivo de desmobilizar as lutas em curso, contudo ele ganha requintes maiores principalmente contra os servidores. Neste contexto de aumento do ritmo e sobrecarga de trabalho e o desmonte de inúmeros direitos, como as Creches da UNESP, coloca-se o papel da repressão como um instrumento que intimida muitos trabalhadores e estudantes a se colocarem no espaço político. Outra característica é o perfil seletivo dos processos internos dentro da universidade que apenas escolhe os lutadores, mas nunca estudantes que aplicam "trotes", que em nome da brincadeira ofendem, agridem, estupram e até matam outros estudantes”.

Beatriz Gonçalves, militante da Juventude as Ruas, relembra “ que o exemplo da unificação das lutas pelos professores deve ser seguida por todo o movimento estudantil e somente a aliança de trabalhadores e estudantes pode dar sentido ao movimento. Com o apontamento das lutas dos servidores e com a que já está em curso - dos professores do Estado- o movimento estudantil deve se colocar a apoiar estes movimentos. Após meses de luta, o recuo Reitoria expressa uma fraqueza para ela avançar com o seu projeto de precarização da educação, assim impedir as expulsões coloca o movimento estudantil em melhores condições e com a possibilidade de avançar para reverter os 180 dias de suspensão, e continuar na luta por permanência e por uma universidade a serviço da população e dos trabalhadores. É imperativo que continuemos a lutar contra esse projeto elitista de universidade.”


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