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RACISMO CONTRA IMIGRANTES | Estudante haitiano é espancado por grupo racista em Foz do Iguaçu

segunda-feira 16 de maio de 2016 | Edição do dia

Neste sábado (14 de maio), Getho Mondesir, estudante haitiano de 33 anos que cursa Administração Pública na UNILA (Universidade de Integração Latino Americana) e está no Brasil desde maio de 2013 foi brutalmente agredido por um grupo racista e xenofóbico no centro de Foz do Iguaçu.
Os agressores, que estavam sentados em uma mesa de bar enquanto Getho passava para ir até a rodoviária onde pegaria um ônibus até Cascavel para ver seu filho de oito meses, dirigiram a seguinte frase a ele: “Macaco, você só está aqui por causa da Dilma, mas agora você vai ter que voltar”. Getho tentou iniciar um diálogo, mas o grupo de agressores que o chamavam repetidas vezes de macaco começaram a agredi-lo fisicamente com garrafas de cerveja e mesmo após Getho estar no chão sem poder reagir para se defender continuaram a espancá-lo. Depois de muito apanhar, conseguiu fugir e chegar até um ponto de táxi onde um taxista que o reconheceu prestou os primeiros socorros e ele foi encaminhado ao Pronto Socorro.
A direita racista que ganha força com o avanço do golpe institucional não demora a mostrar sua cara. Não é novidade que o golpe está sendo arquitetado pela direita mais reacionária que existe no país, que durante todo esse processo nos deu diversas mostras de seu racismo, chegando ao ponto do deputado Jair Bolsonaro dedicar seu voto favorável ao impecheament a Duque de Caxias, responsável pela repressão e assassinato de vários negros durante o período colonial.
Se com o governo do PT para nós negros e negras restou as migalhas que o governo Dilma dava com uma mão enquanto reprimia nas favelas e periferia com a outra, do governo Temer que se constituiu em base aos discursos e ações mais conservadoras, racistas, xenofóbicas, machistas e lgbtfóbicas possíveis, só podemos esperar o avanço de ações como essa que vêm para exigir que continuemos no lugar que nos é destinado nessa sociedade capitalista onde o racismo é estrutural: a senzala, as favelas, o trabalho precário, a terceirização, as cadeias. O governo Temer já deixou claro a que veio, não nomeando nenhuma pessoa negra para os ministérios e cortando o ministério da Igualdade Racial e não é a toa que dois dias após sua posse os racistas sentem-se à vontade para despejar todo seu ódio sobre nós. Mas nos negamos a permanecer nas senzalas e não podemos aceitar calados que a direita imponha seu golpe. Temos que nos levantar a cada vez que um negro for agredido. Racismo não mais passará.


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