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EUA | Estas são as revelações do comitê que investiga o assalto ao Capitólio

Durante 1 ano, um comitê legislativo nos EUA investigou os eventos ocorridos em 6 de janeiro de 2021, quando os apoiadores de Trump invadiram o Capitólio. Agora eles estão prestes a dar um veredicto e começam a ser conhecidos os principais dados que podem perturbar a situação política alguns meses antes das eleições legislativas.

sábado 11 de junho de 2022 | Edição do dia

Após mais de um ano de investigação, entrevistas com mais de mil testemunhas e 140.000 documentos revisados, a Comissão Legislativa que estuda o assalto ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 está pronta para dar suas primeiras conclusões. Sem dúvida o mais importante que Trump desempenhou um papel fundamental e que foi uma "tentativa de golpe".

Uma acusação direta de Trump e dos trumpistas pode ser uma boa notícia para os democratas. Uma pausa para o governo Biden em meio a um complicado cenário interno e externo.

A revelação acontece alguns meses antes das eleições legislativas, enquanto a imagem de Biden está despencando em meio a um aumento da inflação não visto em décadas, apoio multimilionário a uma guerra considerada cara e distante e uma epidemia de tiroteios descontrolados que se multiplicaram nas últimas semanas.

Por enquanto, o comitê legislativo que investiga o ataque ao Capitólio revelou várias descobertas na quinta-feira sobre como o ex-presidente Donald Trump estava no “centro” dessa tentativa de golpe e apontou para a possibilidade de que o grupo de extrema-direita Proud Boys tenha planejado o ataque antecipadamente. Além disso, a audiência revelou vídeos e imagens nunca antes vistos com depoimentos dos presentes definindo a situação como uma “zona de guerra”.

Estas são as principais revelações que são conhecidas até agora:

Trump e "a tentativa de golpe de Estado"

Na primeira audiência pública, o presidente da Comissão, o democrata Bennie Thompson, apontou Trump como responsável e disse que o republicano estava no "centro" da "conspiração", já que incentivou seus seguidores a tomarem o Capitólio.

Da mesma forma, o democrata disse que o que aconteceu foi uma "tentativa de golpe" e uma "conspiração em várias etapas" para manter o ex-presidente no poder.

Para fazer essas acusações, ele se baseou no depoimento em vídeo do procurador-geral de Trump, sua filha Ivanka e outros aliados que apontaram que o então presidente queria fomentar uma reação violenta sob o falso pretexto de fraude eleitoral.

Grupos de extrema-direita

Outra das conclusões a que chegou comitê, formado por sete democratas e dois republicanos, é que o grupo de extrema-direita Proud Boys estava por trás do ataque ao Congresso e, antes do ataque, entre 250 e 300 de seus membros vieram examinar a sede parlamentar.

As declarações do cineasta britânico Nick Quested, que capturou com sua câmera as atividades dos Proud Boys nas semanas anteriores ao ataque e naquele mesmo dia, foram fundamentais para chegar a essa conclusão.

Quested explicou que em 6 de janeiro "duas centenas" de membros desse grupo de extrema-direita estavam nas proximidades da sede parlamentar.

Paralelamente à investigação política, a Justiça anunciou na última segunda-feira uma nova acusação de sedição contra Enrique Tarrio, presidente do grupo de extrema-direita, e outros quatro membros. Outras organizações extremistas que estão sendo investigadas são: os Três Percentistas, os First Amendment Praetorians e os Aryan Nations..

Quem alertou a Guarda Nacional?

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, Mark Milley, disse que foi o então vice-presidente (Trump), Mike Pence, quem ordenou que as tropas da Guarda Nacional respondessem ao ataque.

Milley também disse que o chefe de gabinete de Trump, Mark Meadows, disse a ele naquele dia que o vice-presidente não deveria ser visto como assumindo o controle e que a narrativa tinha que ser que Trump "ainda estava no comando".

Até esta quinta-feira, a informação oficial, que a Casa Branca havia dado na época, era que quem deu o mandato à Guarda Nacional para intervir foi Trump e não Pence, que estava dentro do Capitólio e foi quem teve que certificar a transferência de poder.

O relatório da Comissão, realizado em horário nobre, foi transmitido ao vivo em todas as redes norte-americanas, com exceção da conservadora Fox.

Por sua vez, a diretora de comunicação do Comitê Nacional Republicano, Danielle Álvarez, considerou em comunicado hoje que os americanos querem que o Congresso se concentre em "crises mais prementes", entre as quais citou preços recordes de gasolina ou inflação e não em um "circo político", tentando desviar o escândalo que poderia prejudicar o Partido Republicano para uma questão espinhosa que está no centro da preocupação dos trabalhadores e do povo americano hoje, como o aumento crescente dos preços.




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