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Estadão elogia os ajustes feito por Temer e pede por mais

quinta-feira 12 de janeiro de 2017 | Edição do dia

O site do Estadão publicou hoje um editorial chamado ’’Inflação cai, mas falta o ajuste’’. O argumento do texto é que para combater a ’’desordem inflacionária’’ é preciso eliminar o ’’desarranjo das contas públicas’’. O texto fala que apesar dos preços ficarem contidos temporariamente, eles poderão subir quando a ’’economia voltar a se movimentar’’.

No texto também fala que apesar da pior recessão em décadas, do desemprego que levou 12,1 milhões na rua existe um começo de alivio. A justificativa é que alta dos preços ficou em 0,30% em dezembro e em 6,29% no ano, abaixo do limite da tolerância (6,5%). O Estadão acredita que é possível chegar a meta oficial de 4,5% neste ano.

Por trás de argumentos como ’’desarranjo das contas públicas’’, podemos ver uma nítida defesa do Editoral dos cortes da verba da educação pública, saúde e outras áreas usadas pelo os trabalhadores e demais setores populares da sociedade. Para o jornal, mesmo estes setores estando em estado de calamidade pública em muitas ocasiões por conta da falta de investimento, o Estado ’’gasta demais’’.

Além disso, o editorial tenta indiretamente passar uma imagem que a PEC 55 vai fazer com que o país melhore. A justificativa do Estadão é a mesma usada por Michel Temer: É preciso tomar medidas que controle os ’’gastos públicos’’ e a PEC55 vai congelar as contas públicas para que a crise econômica não se aprofunde. A questão é que nem Temer e Estadão falam que mesmo com a PEC, o Judiciário brasileiro continuara sendo mais caro do mundo muito menos do agrado que Michel Temer fez para as empresas de telefonia.

O Estadão coloca que até aqui o ’’percurso foi longo e penoso’’. No editoral também é colocado que a combinação de preço em disparada com atividade em queda livre só é visível em condições de enorme desajustes, causado por um acúmulo anormal de erros de política econômica. O site coloca a culpa na crise no mandato de Dilma e fala que o compromisso feito da equipe do governo Temer, mesmo antes do golpe institucional foi levado como algo sério.

O jornal se apoiando em números que não apontam para uma melhoria efetiva na situação econômica do país, tenta passar uma imagem indiretamente de que se os trabalhadores apartarem os cintos poderão enfrentar o caminho ’’longo e penoso’’ ´para poder tirar o Brasil da atual situação de crise econômica. Apesar dos números insignificantes apresentados pelo Estadão, a crise econômica que o país está passando está longe de terminar.

Apesar de tudo, o Estadão afirma que é muito cedo para falar de vitoria e que apesar do ’’aumento ter sido freado, depois de muita demorada’’, as medidas que foram adotada por Michel Temer ainda são insuficientes. O jornal alerta que a inflação poderá ressurgir com intensidade, caso se os ajustes e as medidas impopulares forem emperradas. Estadão em seu editoral também defende a reforma da previdência.

O Estadão ainda coloca que os brasileiros ’’estão aprendendo de forma dolorosa, a conta das bruxarias heterodoxas, pedaladas e quetais acaba sobrando para toda população, especialmente os mais pobre, nome de quem os curandeiros dizem agir’’. Por trás desta frase, o Estadão quer culpar os trabalhadores e demais setores populares da sociedade pelas poucas concessões oferecida no governo anterior, pois é o motivo da crise econômica que o Brasil está passando.

O jornal tem a preocupação que as dificuldades que Temer encontrou no ano passado para implementar os ataques, dificuldades estas criticada por setores do imperialismo e da ’’elite nacional’’ continue em 2017. Em um outro editorial, o Estadão fala que ’’o reequilibro das contas públicas não promove, por si só, a prosperidade das empresas e o bem estar dos cidadãos. Se Temer quiser realmente ser lembrado como ’’o sujeito que arrumou Brasil’, terá que ir além do ajuste fiscal’’.

Nesta parte é nítido que o atual presidente precisa ir além de suas medidas impopulares caso queira agradar os setores dos grandes empresários e banqueiros descontentes com o seu governo

Apesar de comemorar estes ataques, o Estadão coloca que as expectativas de crescimento econômico se deterioram de forma considerável nos últimos meses. O jornal também afirma que a confiança dos empresários, de acordo com a Confederação Nacional da Industria, voltou a cair, puxado pelo aumentado das ’’incertezas na arena política’’.

O Estadão também afirma que a ’’retomada de crescimento econômico’’ vai depender da iniciativa privada e para isso é preciso despertar o ’’espírito animal’’ dos grandes empresários. Além da PEC 55 e de outras medidas impopulares que estão em curso, o Estadão aconselha Temer que é preciso atacar diretamente os trabalhadores para fazer com que os grandes empresários e banqueiros comecem a ’’investir no país’’.

A reforma trabalhista nem de longe vai tirar o Brasil da crise, muito pelo contrário, vai aumentar a desigualdade existente entre as classes sociais. Ainda que o Brasil possa dar um ’’respiro’’ com estas medidas impopulares, vai ser algo imediato, pois mais pra frente a tendência vai ser com que tenhamos crises econômicas muito mais profundas do que esta atual.

No final do seu segundo editorial, o Estadão elogia as medidas impopulares contra os trabalhadores e demais setores populares da sociedade tomada por Temer e coloca que elas não terão um impacto na economia a curto prazo, por isso é preciso que o atual governo implemente mais ataques. O jornal chega a sugerir aprofundar a privatização da Petrobrás, acabando com a obrigatoriedade da empresa ser a única operadora do Pré - Sal.

Frente a estes ataques que estão em curso e os que podem vir, é preciso uma forte mobilização efetiva dos trabalhadores em conjunto com os demais setores populares da sociedade para poder barrar este verdadeiro ’’pacote de maldades’’. É preciso que a CUT e a CTB rompam com a trégua dada a Temer e coloque em pé um plano de luta que coloque um plano de lutar capaz de impulsionar a luta contra as medidas impopulares de Temer.




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