×

ED IMPRESSO INTERNACIONAL | Esquerda latino-americana se manifesta contra o golpe no Brasil e os ajustes na região

Delegação do MRT nos atos do PTS: Claudionor Brandão em Buenos Aires, Marie Claire em Neuquén, Leandro Lanfredi em Jujuy, Rita Frau em Córdoba e Leticia Parks em Rosário.

segunda-feira 9 de maio de 2016 | Edição do dia

Com a presença de milhares de militantes e simpatizantes, o PTS (Partido dos Trabalhadores Socialistas), que compõe a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FIT, na sigla em espanhol), realizou neste dia 30/4 atos contra o golpe no Brasil e contra os ajustes de Macri, em comemoração ao Dia Internacional dos Trabalhadores.

As demais organizações que também compõem junto ao MRT a Fração Trotskista – Quarta Internacional realizaram atos neste final de semana também no Chile, no México, na Bolívia, na Venezuela e no Uruguai, assim como na Europa, repudiando o golpe da direita no Brasil.

Na Argentina, o ato central aconteceu diante da embaixada brasileira em Buenos Aires, mas ocorreram atos em distintos estados, como Córdoba, Salta, Rosario, Mendoza, Jujuy, Mar del Plata, Neuquén, Bahia Blanca e Tucumán.

Na capital, a deputada federal Myriam Bregman recordou que “no dia 27/4 na Câmara dos Deputados defendemos uma moção de ordem para que o Congresso argentino repudie o golpe institucional no Brasil, o que foi rechaçado pelo oficialismo ligado a Mauricio Macri. Fizemos isso pois nossas bancadas parlamentares estão a serviço da luta que tem de enfrentar não só os trabalhadores da Argentina, mas de toda a América Latina.

Se este golpe se consolida e passa o novo ajuste que preparam, seria um claro retrocesso para todos os trabalhadores e povos do subcontinente. Hoje temos uma disputa chave em que a classe trabalhadora e a juventude na América Latina têm de estreitar laços e fortalecer a luta para que a crise dos governos pós-neoliberais não seja capitalizada pela direita.”

Muito importante foi a participação de Claudionor Brandão, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) Brasil, que viajou especialmente para participar do ato em frente à embaixada e denunciou que “o poder judiciário, os grandes monopólios da comunicação e a oposição utilizam a investigação dos escândalos de corrupção do PT para impor um governo e um plano que vai atacar a classe trabalhadora e o povo em uma escala muito superior à que Dilma vinha fazendo. Um PT que cavou sua própria cova aplicando o ajuste pedido pelos banqueiros e o grande capital, e impedindo que os trabalhadores se organizem para resistir ao avanço da direita que fortaleceram, como fazem agora com o silêncio cúmplice da CUT e da CTB.

Enquanto a direita golpista avança, os trabalhadores e a juventude amargam no Brasil o desemprego, a inflação, os aumentos de tarifas e cortes no orçamento da saúde e da educação. Cada vez mais fica claro que a paralisação chamada pela CUT e CTB no 10 de maio será um fracasso, porque não organizam nada pelas bases. Exigimos que rompa com seu imobilismo cúmplice e organize uma paralisação de fato e um plano de luta contra o golpe e os ataques”.

Fechou o ato Nicolás Del Caño, dirigente do PTS e ex-candidato a presidente pela FIT conseguindo os melhores resultados presidenciais da esquerda desde 1984 com quase 1 milhão de votos, que recordou que “somos aqueles que levantamos bem forte a bandeira da independência política dos trabalhadores.

Não só nos opomos à direita, mas viemos construindo uma alternativa política independente aos que durante estes anos nos quiseram convencer de que fazendo uma boa gestão do Estado era possível conciliar os empresários e trabalhadores, que todos ganhariam.” Del Caño agregou que “nossa luta contra o golpe no Brasil é dada junto à exigência às centrais sindicais da Argentina que convoquem uma paralisação ativa e um plano de luta até derrotar os ajustes de Macri e dos governadores kirchneristas nos estados e municípios. Nos opomos a este avanço reacionário da direita, sem deixar de enfrentar contundentemente os ataques do governo do PT. Por isso consideramos que no marco deste 1º de maio é de primeira ordem levantar a bandeira de luta contra o golpe no Brasil e os ajustes na América Latina”, completou.

Ao grito de “Brasil, vê se me escuta, a sua luta é nossa luta!”, a coluna do Movimento dos Trabalhadores Socialistas (MTS) no México se mobilizou neste primeiro de maio junto ao sindicalismo opositor a Peña Nieto, tendo à frente os trabalhadores Sergio Moissen e Sulem Estrada, candidatos à Assembleia Constituinte na capital pela plataforma Anticapitalistas.

No Chile, a corrente operária Alternativa Obrera, ligada ao PTR (Partido dos Trabalhadores Revolucionários), marchou em diversos pontos do país para expressar a firme solidariedade aos irmãos de classe no Brasil. Na Bolívia, a LOR-CI (Liga Operária Revolucionária) marchou junto aos mineiros que enfrentam as demissões organizadas pela patronal com o apoio do governo do MAS, para repudiar o golpe no Brasil e os ajustes de Evo Morales.

Na Venezuela, que está atravessada por dura crise econômica e energética em função do governo capitalista de Maduro, a LTS (Liga dos Trabalhadores Socialistas) esteve nas ruas também em repúdio ao avanço da direita no Brasil e na Venezuela e contra os ajustes chavistas.

A partir do Brasil e dos distintos países enviamos também saudações internacionalistas à juventude francesa que hoje protagoniza as maiores mobilizações de massas em décadas contra a reforma trabalhista de Hollande, construindo uma vanguarda ampla anticapitalista que se converte no pesadelo dos capitalistas franceses.

Os trabalhadores e o povo não temos fronteiras para enfrentar o imperialismo e seus sócios capitalistas. Este internacionalismo de ação, e não de palavras, marcou o repúdio unânime da esquerda latino-americana ao golpe institucional no Brasil e levantou concretamente as bandeiras da unidade da esquerda socialista latino-americana, já que como disse Karl Marx, a luta dos trabalhadores é nacional em sua forma, mas internacional em seu conteúdo. É a serviço desta batalha, para construir partidos revolucionários de trabalhadores em nível nacional e mundial, que se coloca a rede internacional de diários digitais em cinco idiomas, o Esquerda Diário.

É a serviço desta batalha, para construir partidos revolucionários de trabalhadores em nível nacional e mundial, que se coloca a rede internacional de diários digitais em cinco idiomas, o Esquerda Diário.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias