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CONTRA AS DEMISSÕES NA GM | Esquerda Diário entrevista trabalhadores acerca das demissões na GM

Entrevistamos Diana Assunção (dirigente do MRT e diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP), Felipe Guarnieri (cipeiro da Linha 1-Azul do metrô de SP) e Maíra Machado (professora da rede pública e diretora da APEOESP pela Oposição Alternativa) sobre as 517 demissões anunciadas pela GM em São José dos Campos e a necessidade de lutar contra as demissões.

terça-feira 2 de fevereiro de 2016 | 00:00

Diana Assunção, dirigente do MRT e diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP, afirmou que "a GM argumenta que precisa demitir para contrabalançar a queda nas vendas de automóveis, uma completa mentira diante dos lucros bilionários que conseguiu na América Latina em geral, e no Brasil em particular, como denunciamos no Esquerda Diário. A direção da GM está demonstrando que não pensa duas vezes em privar quase mil famílias de seu sustento, apenas para que a sua imensa margem de lucro se mantenha crescendo. Isso é criminoso, um absurdo. As 517 demissões anunciadas são um ataque não apenas aos trabalhadores da GM, mas à nossa classe. A burguesia industrial em todo o país opera demissões em massa, aproveitando a situação dos ajustes aplicados pelo governo Dilma, discutidos com os partidos da oposição de direita e com os empresários no Conselho de Desenvolvimento, o ‘Conselhão’, com a participação da burocracia sindical da CUT, CTB e Força Sindical, além das patronais da Votorantim, da Gerdau, Ambev, e de bancos como o Itaú e o Bradesco. Todos juntos pelo ajuste e as demissões.”

Maíra Machado, professora da rede pública e diretora da APEOESP pela Oposição Alternativa, acrescentou que “É preciso desafiar a ‘ordem dos ajustes’ dos partidos capitalistas num grande movimento nacional de luta, com a primeira tarefa de barrar as demissões na indústria, que só em 2015 perdeu 600 mil postos de trabalho. Os ataques seriais desta patronal imperialista só podem ser detidos na luta de classes. A burocracia sindical é um grande obstáculo a se superar, já que CUT, CTB, UGT e Força Sindical realizam uma divisão do trabalho para paralisar e isolar os conflitos para que se asfixiem e não se coordenem, contendo a vontade de luta dos trabalhadores como fez nas montadoras do ABC paulista, em Contagem e outras regiões do país. Reivindicamos a combatividade dos operários da GM na luta pela PLR, e achamos que uma verdadeira batalha contra as demissões passa por se dirigir à base dos trabalhadores das centrais sindicais da CUT, CTB, Força Sindical, para que juntos exijamos que rompam sua imobilização em defesa de seus privilégios e levantem um plano comum de combate aos planos patronais.”

Felipe Guarnieri, cipeiro da Linha 1-Azul do metrô de SP, disse que "Desde agosto de 2015 nós do MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores), em diversas oportunidades, nas reuniões da CSP-Conlutas, temos chamado o PSTU, que dirige o Sindicato dos Metalúrgicos de SJC, para que seja feita uma ampla campanha em torno da defesa dos postos de trabalho na GM, fazendo dessa fábrica uma verdadeira trincheira para os trabalhadores do país terem um exemplo de como enfrentar a situação de ataques da patronal de do governo, com seus métodos de luta e com independência de classe. Uma luta consequente na GM teria a potencialidade de servir de exemplo para todos os trabalhadores, de todas as categorias, e ser uma demonstração a todos os que temem por seus empregos de que a CSP-Conlutas poderia ser uma alternativa distinta do sindicalismo da CUT. Poderia assumir uma potencialidade política, de demonstrar como os trabalhadores podem fazer com que a crise seja paga pelos ricos, e emergir como um novo ator no crítico cenário nacional, também marcado pela crise política. Buscar solidariedade de outros setores, colocar em pé uma campanha contra as demissões, é uma necessidade urgente, é possível vencer apenas lutando”.




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