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Podcast Espectro do Comunismo | Espectro do Comunismo: Trótski na América Latina

Nesse episódio de Espectro do Comunismo, Juan dal Maso militante do PTS (organização irmã do MRT na Argentina) entrevista Christian Castillo, dirigente do PTS e professor da Universidade de Buenos Aires, sobre o marxismo na América Latina, as distintas estratégias e debates sobre a revolução nos países da região, e como o legado vivo de Leon Tróstki e da Teoria da Revolução Permanente são mais atuais do que nunca para se pensar sobre o tema. Com comentário de Simone Ishibashi, Militante do MRT e doutora em Economia Política Internacional

segunda-feira 31 de janeiro de 2022 | Edição do dia

Com comentário de Simone Ishibashi, militante do MRT e doutora em economia política, neste episódio do Podcast Espectro do Comunismo, Juan dal Maso, militante do PTS, entrevista Christian Castillo, dirigente do PTS e professor da Universidade de Buenos Aires sobre o marxismo na América Latina e da atualidade do legado de Leon Trótski e da Teoria da Revolução Permanente para se pensar a revolução na região.

A consolidação do Stalinismo, da burocratização da Terceira Internacional e o estabelecimento do Marxismo na América Latina se dão em períodos muito próximos, o que influencia a política e a estratégica de partidos que viriam a surgir. Enquanto Trótski, defendendo o legado de Marx e Engels, apontava para a necessidade da revolução internacional, ou seja, do internacionalismo proletário, a orientação Stalinista apontava para a possibilidade do estabelecimento do socialismo em um só país bem como a diretiva de que os países latinoamericanos não estariam “maduros” para a revolução socialista, devendo antes atravessar um período de desenvolvimento capitalista Esta política criminosa de Stalin leva a uma série de equívocos por parte dos partidos latino-americanos para lidar com o atraso das forças produtivas na região, que ao invés de ligar às demandas democráticas à necessidade da Revolução Socialista como apontava a Teoria da Revolução Permanente, buscam alianças com setores da burguesia nacional a fim de uma “revolução democrático-burguesa”, para aí sim se lutar pelo socialismo, o que ficou conhecido como etapismo.

Os erros estratégicos e de perspectiva do stalinismo levaram a uma série de orientações equivocadas, em primeiro lugar a orientação sectária do terceiro-período, com as orientações de frente-popular e conciliação com a burguesia vindo após. O Partido Revolucionário Mexicano (PRM) e a Aliança Popular Revolucionária America (APRA) do Peru são duas organizações que mostram os limites de setores da burguesia nacional anti-imperialistas em resolver as tarefas democráticas dos setores orpimidos. Trótski debate como essas duas organizações seriam as frente-populares em forma de partido, ou seja, compunham o mesmo partido setores da burguesia nacional e organizações de trabalhadores e camponeses. Trótski via a necessidade de defender medidas anti-imperialistas que fossem tomadas por esses partidos, como o caso da nacionalização do petróleo mexicano pelo General Cardenás, mas que isso em nenhuma instância poderia significar a dissolução dos Partidos Revolucionários nas frentes populares, em todo momento prezando pela independência política e programática do proletariado, diferente do que se deu com a orientação da Terceira Internacional stalinizada, que dissolveu o Partido Comunista Chinês dentro do Kuomitang, um partido de massas mas com amplos setores burgueses, com consequências terríveis para a classe trabalhadora chinesa.

Ao falar da Revolução Cubana mostra-se como ao desenvolver as expropriações de empresas estrangeiras, um aspecto democrático, se aumenta as aspirações para uma revolução socialista, explicitando o aspecto da Teoria da Revolução Permanente que liga às demandas democráticas aos fins socialistas, o que abre uma série de crise nos PC’s latino-americanos que defendiam o etapismo. Ao mesmo tempo, se debate os limites da estratégia de guerrilha que não tem o proletariado como sujeito da revolução, o que gera uma série de deformações no pós revolução, como a falta de conselhos operários e de organismos de auto-organização, além de influenciar uma série de movimentos guerrilheiros que fracassaram, principalmente nas décadas de 60 e 70.

Para tudo isso e muito mais, confira o episódio na íntegra:




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