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ONDE ESTÃO OS TESTES? | Especialista da USP afirma: “estamos no escuro”, “fazemos 20x menos testes que o necessário”

Recentemente, o Brasil atingiu 1 milhão de casos, ainda não chegou à níveis do Estados Unidos, mas vem com uma curva ascendente de casos maior que o país norte americano enquanto governadores, empresários e Bolsonaro reabrem o comércio e reprimem manifestações antifascistas e antirracistas.

sábado 20 de junho de 2020 | Edição do dia

Foto: SESI/Vinicius Magalhaes

Com mais de 1 milhão de casos e caminhando para se tornar o epicentro da pandemia, se não o é, Brasil é um dos países que menos testa a população, ou seja, se Bolsonaro tentou esconder os poucos dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, mesmo esses não nos dizem nada, ou muito pouco, sobre a situação em tempo real do país no enfrentamento do vírus, enquanto isso a burguesia empurra ainda mais a classe trabalhadora à seu próprio relento reabrindo o comércio.

De acordo com Daniel Lahr, especialista da USP: “O Brasil está testando brutalmente menos do que deveria. Na melhor das hipóteses, 20 vezes menos do que é considerado adequado”, afirma o professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP). “É tão pouco que a amostra pode ser basicamente ignorada.”

No Brasil, a taxa de respostas positivas ao teste gira em torno dos 30%, Paulo Nadanovsky, epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), afirma: “Os dados (de positivos) são mais altos porque estamos testando apenas os casos mais graves, principalmente nos hospitais”.

O país tem números absurdos em testagem a cada 100 mil habitantes, somente 2,28 habitantes são testados, enquanto países como Portugal e Itália testam 85,81 e 69,25 respectivamente. Para a OMS, a testagem tem que ser feita de 10 a 30x a mais do que o número de casos confirmados, ou seja, no Brasil seriam de 10 milhões à 30 milhões de testes.

Frente à essa situação, a burguesia aponta a saída: “Vamos voltar à normalidade porque precisamos dos nossos lucros.”, ou seja para eles, tem testes, leitos e UTI’s, além de drive-thru’s de testes que cobram de 200 a 300 reais por testes em São Paulo, isto é, lucram até com o mais essencial que é saber se já foi ou não infectado. Enquanto para classe trabalhadora e especial os negros, resta apenas ir trabalhar pelo medo de não morrer de fome e torcer para que nem o próprio, nem seus familiares morram pelo vírus.




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