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SUCATEAMENTO DA EDUCAÇÃO | Escola no ABC ocupada em 2015 por reivindicações de melhorias continua sucateada

Palco da onda de ocupações estudantis no final de 2015, que somou mais de 1 mil escolas e 84 universidades públicas em todo país, a Escola Estadual Professora Iracema Crem, no Grande ABC, se encontra numa situação de completo abandono pelo Governo do Estado.

quinta-feira 23 de maio de 2019 | Edição do dia

Localizada no bairro Jardim Zaira na cidade de Mauá, região metropolitana de São Paulo, junto a outras cinco escolas da cidade foram cenários das ocupações que incendiaram o país por melhorias na educação. Tais ações, em protesto contra o projeto de reorganização escolar, principal pauta das ocupações a nível estadual, somava ao descaso de mais de 20 anos de gestão psdbista com a educação pública.

Legitimamente estudantil, as ocupações em São Paulo serviram de foco para o que veio a se tornar a primavera secundarista em 2016, onde, os estudantes enfrentaram a repressão policial do Estado que teve repercussão internacional; a burocratização de entidades como a UNE e UBES; a criminalização da mídia burguesa, e ainda os frequentes ataques da direita. Realmente os estudantes deram uma grande aula de luta e resistência.

Mesmo com todo esse papel e repercussão várias escolas estaduais como a Iracema Crem (assim chamada pela comunidade) padece junto a educação pública brasileira. Ontem, dia 20, estudantes iniciaram um abaixo assinado por uma rede de mobilização social via internet que será dirigido à Diretoria de Ensino da Região. Nesta petição, exibiram a condição da escola por fotos e declarações, e também com a divulgação das em rede social.

As declarações e fotos denunciam a falta da mínima condição de uso da estrutura escolar como a escassa segurança das cercanias do prédio, com muros e grades deteriorados; salas e corredores com infiltrações nas paredes e tetos, poças de água, tetos onde o forro desprendendo; banheiros sem limpeza alguma; infestação de baratas nos bebedouros; a quadra de esporte, que está interditada desde 2012, e seu entorno totalmente descuidados. Em reportagem o presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), Leandro Damy, informou que para essa escola foram destinados 775 mil reais para uma reforma bem ampla nos próximos meses.

Junto a Iracema Crew, outras escolas do bairro, como a EE Zaira VIII e EE José Daniel da Silveira e muitas outras nos demais municípios do estado receberão investimentos da FDE, informa o presidente da fundação. Mas este informe é tido com muito descrédito, uma vez que a gestão Dória no governo municipal de São Paulo no quesito serviços básicos não foi nada promissor (como pode ser visto nesta reportagem), seguiu a pauta psdbista para as instituições públicas básicas, corte de recursos, ou seja, o sucateamento destas instituições.

Dória já no início do seu mandato promoveu como governador promoveu cortes na verba destinada a educação no início do ano, e sendo um aliado do governo federal de Bolsonaro - o qual com a pasta do Ministério da Educação (MEC) cortou (contingencionou) verbas destinadas as instituições de ensino federal - pode-se suspeitar que não ocorra a medida colocada pela FDE. No último dia 15, mais de 1 milhão de pessoas entre elas, estudantes, professores, profissionais da educação, pais e mães tomaram as ruas em protesto a essa medida do MEC.

Para que o estado priorize os investimentos para educação e que tal medida do MEC seja, massivamente, revogada, juntamente, com o pacote de ajustes e a Reforma da Previdência (PEC 6/2019) é preciso que as Centrais Sindicais antecipem a greve geral, unificando com o próximo ato contra os cortes na educação no dia 30 de Maio, como propõe, Flávia Valle, professora da rede estadual de Minas Gerais: "unificar a luta contra os cortes na educação com a batalha para derrubar a reforma da previdência".




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