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O Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, extinguiu a obrigatoriedade do uso o uniforme por gênero. A medida foi conquistada por muita pressão por parte dos estudantes, que já vinham protestando apoio aos colegas trans que não se encaixavam no padrão de gênero que haviam sido impostas outrora pela sociedade.

terça-feira 20 de setembro de 2016 | Edição do dia

Foto da mobilização dos estudantes em 2014

Agora as peças do vestuário, antes indicadas com "masculino" e "feminino", levam apenas nome apenas de "uniforme", favorecendo a livre escolha dos alunos de acordo com sua opção e necessidade. A medida privilegia o desenvolvimento da identidade de gênero de cada aluno, como diz o reitor do Colégio, Oscar Halac:

"não se determina o que é uniforme masculino e o que é uniforme feminino, apenas são descritas as opções de uniforme do Colégio Pedro II", e complementa dizendo que fica "à critério da identidade de gênero de cada um" e continua sobre os motivos da mudança nas normas, dizendo que serve para “contribuir para que não haja sofrimento desnecessário entre aqueles que se colocam com uma identidade de gênero diferente daquela que a sociedade determina”.

A escola que conta com cerca de 12 mil alunos, com mais de 100 anos de história, tem em seus alunos e professores uma vanguarda no que se trata na defesa de livre expressão de seu corpo assim como se identificam. Alguns momentos marcaram este processo, como em 2014, onde uma colega trans, ao trocar as calças por uma saia durante o intervalo foi reprimida pela direção e rapidamente ganhou apoio de vários estudantes, que foram de saia em apoio à colega. Assim que anunciada a alteração das regras da escola referente ao uniforme, muitas e muitos estudantes comemoraram o resultado de sua luta.

A publicação na página do Facebook da escola gerou polêmica, principalmente entre ex-alunos e pais, que levantaram muitos argumentos transfóbicos, alguns tímidos e outros agressivos. Porém, ambos os campos reacionários entendem uma coisa, apenas a esquerda pode levar adiante a luta pela livre autodeterminação de gênero. Num país onde em pesquisa no primeiro semestre deste ano apontava que a cada 22 horas um LGBT é assassinado no Brasil, onde as trans ocupam os trabalhos em geral mais precários, ou mesmo são empurradas para a prostituição, é necessário ampliar o alcance destas medidas e dar total apoio aos estudantes do CPII.




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