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GOVERNO BOLSONARO | Ernesto Araujo: Brasil se salvou do “marxismo cultural” do PT, PSDB e de Barack Obama

Para o futuro ministro das relações exteriores “Deus está de volta”, ’divina providência’ uniu Bolsonaro e Olavo de Carvalho. O ministro fala muito em Deus mas o grande profeta para salvar o “ocidente” segundo ele mesmo é Donald Trump.

sábado 29 de dezembro de 2018 | Edição do dia

O futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, escreveu artigo para a edição de janeiro da revista conservadora americana The New Criterion no qual diz que "Deus está de volta" no Brasil e afirma que acredita que foi a "divina providência" que "uniu as ideias de Olavo de Carvalho à determinação e ao patriotismo de Jair Bolsonaro". A fusão destas ideias, como é sabido ao seguir seu blog pessoal é de submetimento ao profeta da boa-nova ocidental que atende pelo nome Donald Trump.

Olavo de Carvalho, guru da extrema-direita brasileira, mora na Vírginia nos Estados e declarou recentemente à prestigiosa revista de negócios americana America’s Quarterly, explica porque não volta a seu país dizendo, "que fora dos Estados Unidos só há filhos da puta" (entre neste link para ver a entrevista completa, em inglês

Sim, o presidente americano com seu lema “America First” (os EUA primeiro) e suas medidas para beneficiar as patronais ianques em detrimento dos povos (e burguesias) de outros países, inclusive o nosso país, é o modelo não somente a seguir mas a obedecer. Trump seria um cruzado que serve de seu suserano para salvar o Ocidente, com “O” maiúsculo. Tudo é possível na mente vassala de Araújo que canta as proezas imaginárias de ser serviçal como nunca ocorreu a Sancho Panza diante de Dom Quixote.

Para se aprofundar leia “O vassalo no altar de Trump”

O novo comandante da casa de Rio Branco defende o mais estreito e automático alinhamento a qualquer boa nova trazida da Casa Branca, inclusive a entrega da base de Alcântara no Maranhão e a destruição de tecnologia nacional da Embraer para o holocausto – para honra e glória – de Mammon Trump.

No artigo citado Araujo enumera os responsáveis por “quebrar o marxismo cultural”: Lava Jato, Bolsonaro e Olavo Carvalho.

O “marxismo cultural” é um ente paranormal que habita os mais escuros e recônditas buracos craninanos de Araujo, e é responsável por grandes males ao “Ocidente” que vão do direito ao aborto, ao divórcio, as negociações multilaterais, direito a imigração e atingem até mesmo o aquecimento global)

Para Araújo, arguto arguidor de novidades da Idade Média, um dos grandes males do Brasil é a “ausência de Deus” no debate político: "Ao longo dos últimos anos o Brasil se tornou uma fossa de corrupção e aflição. O fato de que as pessoas não falavam sobre Deus e não traziam a sua fé para a praça pública certamente era parte do problema", escreve Araújo. "Agora que um presidente fala sobre Deus e expressa a sua fé de um jeito profundo e sincero, isso deve ser visto como um problema? Pelo contrário", continua o futuro ministro.

Ele diz que seus "detratores" o chamaram de "louco" por acreditar em Deus. "Mas eu não me importo. Deus está de volta e a nação está de volta. Uma nação com Deus; Deus através da nação No Brasil (ao menos), o nacionalismo se transformou no veículo da fé, a fé se tornou o catalisador do nacionalismo, e ambos acenderam uma empolgante onda de liberdade e de novas possibilidades", escreve o ministro.

Segundo ele, o PT, MDB e PSDB agiram de forma coordenada desde a redemocratização. O País, escreve Araújo, passou por um sistema "capitalista tradicional, oligárquico, no final dos anos 80" e depois foi a um "falso liberalismo econômico nos anos 1990, até chegar ao globalismo sob o PT", que, segundo ele, instalou o marxismo cultural e um governo corrupto.

E os males do “marxismo cultural” não são somente pátrios. Eles também atendem pelo nome de Barack Obama que segundo o ilustre ministro foi conivente com a força adquirida pelos “inimigos do Ocidente”, o islamismo e uma “cortina de ferro socialista na América Latina”. Para Araújo os ex-mandatário americano, aplaudido por Wall Street, teria ajudado a transferir poder dos Estados Unidos e da aliança ocidental para a China; teria favorecido o Irã e dado força a uma nova "cortina de ferro" socialista na América Latina. "Tudo isso ocorreu sob o olhar benigno de Barack Obama, que raramente levantou um dedo para combater qualquer regime socialista ou islâmico" vaticinou Araújo.

Para completar seu reacionarismo Araujo, seguindo as pegadas do presidente do STF, Dias Toffoli, também relativiza a ditadura militar, que para ele se chama de "regime estabelecido em 1964", o que, segundo ele, é "erroneamente chamado de regime militar".

Este discurso de Araújo está à serviço de procurar as maneiras para alcançar o máximo de subordinação aos EUA que for possível. Setores da burguesia criticam Araujo e Bolsonaro por medidas que podem levar a burguesia nacional a ter prejuízos com a China e o Oriente Médio, mas não se opõe à sacrificarem tudo o que puderem no altar de Trump. Os editoriais e matérias chamando ao “realismo”, ao “pragmatismo” desnudam como estes setores disputam com Araujo quanto que será a submissão aos EUA e se farão isso e se farão isso em nome de um profeta divino e seu porta-voz Trump ou se com medidas mais parciais e com as vestes laicas de outrora.




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