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Equador: quase 800 corpos são retirados de casas em Guayaquil

No início do mês diversas imagens e vídeos circularam pela internet da situação que o país enfrenta: ruas vazias e hospitais lotados, corpos sendo deixados nas ruas e toque de recolher imposto pelo governo de Lenin Moreno

terça-feira 14 de abril de 2020 | Edição do dia

A remoção dos corpos se deu tardiamente após falhas no "sistema mortuário" do porto de Guayaquil o que causou atrasos no instituto médico legal e nas funerárias. Para esse mês ainda estima-se 3.500 de mortos só na província.

Neste domingo, 12, o governo do Equador anunciou a retirada de quase 800 corpos de pessoas que morreram em suas residências, em Guayaquil. A cidade, segunda maior do país, também comporta o maior porto equatoriano, é o epicentro do novo coronavírus no país, enfrenta um cenário devastador, no qual já entraram em colapso os sistemas de saúde e funerário pela pandemia.

No início do mês diversas imagens e vídeos circularam pela internet da situação que o país enfrenta: ruas vazias e hospitais lotados, corpos sendo deixados nas ruas e toque de recolher imposto pelo governo de Lenin Moreno. Diante do caos provocado pelo coronavírus o governo criou uma equipe de policiais e militares. Jorge Wated, líder da organização afirma que o balanço é de 771 mortos retirados de casas e 631 de hospitais que estão com os necrotérios lotados.

No entanto, os números divulgados por Wated não batem com os mais de 1.400 corpos recolhidos pela força-tarefa, número muito superior aos dados de morte por coronavírus divulgados pelo governo até o momento. O balanço oficial no país contabiliza 7.500 casos e 333 mortes. Dados oficiais detalham que outros 384 casos de pessoas que provavelmente morreram vítimas do vírus, mas que não foram submetidas a teste em vida, nem seus corpos foram objetos de autópsias para determinar um possível contágio.

A remoção dos corpos das casas só se iniciou há três semanas após falhas no "sistema mortuário" do porto de Guayaquil, o que causou atrasos no instituto médico legal e nas funerárias, agravando a desordem na cidade. Em Guayas, província da qual Guayaquil é capital, os médicos estimam que só nesse mês as mortes cheguem entre 2.500 a 3.500 por COVID.

A situação em que se encontra Guayaquil, não pode ser considerada normal, mesmo diante dessa crise de escala mundial. Ela é agravada por esse sistema capitalista que não está para servir a classe trabalhadora e, por isso é uma situação urgente. Para enfrenta-la é fundamental um plano de emergência pensado para a impor um plano de emergência, que coloque todos os recursos do estado a serviço de enfrentar a crise sanitária, aumentando o orçamento da saúde e garantindo plenas condições de trabalho, sanitárias para os trabalhadores e testes para toda população para uma quarentena de qualidade e evitando assim maior número de mortos.




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