segunda-feira 20 de setembro de 2021 | Edição do dia
Uma pesquisa realizada pela consultoria IDados, com base nos indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do segundo trimestre do ano. O Brasil chegou na marca de 30,2 milhões de trabalhadores que sobrevivem com até um salário mínimo. Dentro desse número, quase 20 milhões são negros e negras.
Em meio a crise sanitária, estamos vendo a miséria e a fome batendo cada vez mais nas portas de muitas famílias da classe trabalhadora. Segundo essa pesquisa, são 30 milhões de brasileiros que vivem com uma renda mensal de até R$ 1,1 mil obtida por trabalho. Isso não significa que todas essas pessoas chegam a receber um salário mínimo. Dentro desse número é contabilizado quem recebe menos, através de trabalhos informais, sem carteira de trabalho, e por aplicativos. Trabalhos bastante precarizados que veio se ampliando com a reforma trabalhista.
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20 milhões dos 30 milhões de trabalhadores negros que recebem até um salário mostra o grande abismo que existe na desigualdade racial no país. Isso evidente em outras pesquisas, como um estudo do IBGE do ano passado que aponta que homens brancos com ensino superior, ganham em média no Brasil um salário de 159% maior do que das mulheres negras com certificado de ensino superior.
Esses dados mostram as marcas do racismo estrutural de um país que é marcado por séculos e séculos de escravidão e pelo mito da democracia racial. As mulheres negras seguem sendo as principais vítimas da opressão e exploração capitalista que enriquecem a cada ano com a diferença salarial que pesa cotidianamente na relação de trabalho e vida das mulheres negras.
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