×

IMPEACHMENT | Entenda os próximos passos do golpe institucional

Após o show de bizarrices e o longo desfile de posicionamentos reacionários apresentado na Câmara dos Deputados no último domingo, o processo do impeachment começa a caminhar agora no Senado.

quarta-feira 20 de abril de 2016 | Edição do dia

Após o show de bizarrices e o longo desfile de posicionamentos reacionários apresentado na Câmara dos Deputados no último domingo, o processo do impeachment começa a caminhar agora no Senado.

Nessa terça-feira o processo contra a presidente foi lido no plenário. Os líderes partidários devem indicar até a próxima sexta-feira os 21 senadores titulares e os 21 suplentes que farão parte da comissão que julgará se o processo será ou não aceito pelo Senado.

Do mesmo modo como foi feito na Câmara, uma comissão será instalada (no início da próxima semana), e fará um relatório sobre a denúncia contra a presidente Dilma Roussef. Esse relatório será votado na própria comissão e depois no plenário do Senado. Se o relatório a favor do impeachment for aprovado no plenário (por maioria simples, metade mais um), a presidente é afastada por um prazo de no máximo 180 dias, e o vice-presidente Michel Temer assume.

Depois disso, a mesma comissão volta a se reunir para ouvir a defesa e a acusação contra a presidente, sem prazo final, e um novo relatório deve ser feito. Esse relatório novamente é votado na comissão e no plenário. Caso o plenário aprove também esse relatório, é feita uma sessão de julgamento, conduzida pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski. Essa sessão é a última etapa do processo. Se dois terços dos senadores (54), votarem favoravelmente ao impeachment, a presidente é definitivamente afastada do cargo, e perde os direitos políticos por 8 anos.

Caso o impeachment seja aprovado no Senado, veremos um fortalecimento dos setores mais reacionários da política brasileira. No domingo pudemos presenciar qual projeto de país as bancadas da bala, a bancada evangélica, e a do agronegócio defendem. Porém, quem permitiu que esses grupos se fortalecessem foi o próprio PT, através de suas negociatas. Mesmo diante da votação do impeachment, o governo repete um dos procedimentos que cavaram sua própria cova: a oferta de cargos e emendas parlamentares para partidos que não passam de puro fisiologismo. É preciso derrotar a direita reacionária e seu golpe institucional, mas sem nunca deixar de ponderar que o PT, por vários anos, fez acordos com essa direita, inclusive em pautas do ajuste fiscal.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias