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RIO GRANDE DO SUL | Enquanto parcela salários, Sartori afirma que servidores devem agradecer

terça-feira 1º de dezembro de 2015 | 00:06

O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), durante uma solenidade no Palácio Piratini, disse que os servidores estaduais devem dar "graças a Deus" por terem estabilidade no emprego, mesmo que tenham seus salários parcelados. No dia seguinte, sexta-feira, anunciou o parcelamento dos salários referentes a novembro, que começaram a ser pagos nesta segunda-feira.

"Ainda hoje (quinta-feira) numa reunião com os servidores eu disse: ’Vocês às vezes reclamam porque têm penalização, às vezes parcelou salário, às vezes não receberam em dia. Deem graças a Deus que vocês têm estabilidade, que têm garantia no trabalho.’" discursou Sartori.

A crise financeira do Estado levou o governo gaúcho a parcelar os salários de julho e de agosto dos servidores vinculados ao Executivo. A medida provocou paralisações e protestos de diversas categorias do funcionalismo. Além disso, o Rio Grande do Sul vem atrasando todos os meses o pagamento da dívida com a União e protelando repasses a prefeituras, hospitais, escolas e fornecedores.

Nesta semana, o Piratini conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa um projeto que permite que a General Motors (GM) antecipe a devolução de recursos obtidos por meio de incentivos fiscais, em troca de um desconto fornecido pelo governo gaúcho. A medida tem potencial para injetar R$ 302 milhões nos cofres estaduais. O dinheiro é considerado essencial para permitir o pagamento integral da folha do funcionalismo, que não foi toda paga nesta segunda-feira.

Até agora não houve confirmação de que todos os salários serão pagos na íntegra. Mesmo se isso acontecer, em dezembro também existe o risco de parcelamento.

"Não é a primeira vez que o governador Sartori faz declarações com tom de deboche e ameaças, enquanto anuncia mais parcelamentos. Estamos numa situação muito complicada, principalmente após o grande golpe que nos foi dado pela direção central do sindicato. Muitos professores e funcionários até se desfilaram do sindicato, por conta do golpe que acabou com a nossa greve e com toda a mobilização que estava ocorrendo no estado.
Como professor vejo que muitas lutas ainda estão por vir, pois os ajustes ficais do governo federal e estadual devem se aprofundar cada vez mais sobre nós. Enquanto isso o lucro dos grandes banqueiros e empresários mantém-se intactos.
Por isso acho que a categoria vai levantar-se novamente, pois não podemos deixar que ocorra a aprovação do PL 206/2015, com também o não pagamento do 13º salário e também não podemos admitir e temos que barrar qualquer tentativa do governo de demitir professores e funcionários contratados." Afirmou ao Esquerda Diário Jonathan Saldanha, professor do estado em Caxias do Sul/RS




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