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CRISE ECONÔMICA | Empresas e bancos brasileiros perdem grau de investimento, dólar atinge maior cotação desde 2002

sexta-feira 11 de setembro de 2015 | 00:30

Após anuncio da perda de grau de investimento do Brasil (veja mais aqui ), o banco norte-americano Standard&Poor´s rebaixou a nota das ações de 31 empresas brasileiras. 24 destas empresas, dentre elas estão estatais como a Petrobrás e Eletrobrás, perderam o grau de investimento.

O banco também reduziu as notas de empresas privadas das áreas de infraestrutura e energia (Comgás, Elektro entre outras) empresas que estão em risco de deteriorarem suas condições de acesso à crédito para financiamentos, dentre elas estão concessionárias de rodovias como a CCR. As empresas distribuidoras de energia estão também na lista, como empresas vulneráveis a mudanças e um possível controle de tarifas de energia realizados pelo governo.

Bancos também perdem grau de investimento e apresentam notas rebaixadas

A Standard & Poor’s anunciou neste dia 10, o rebaixamento das notas de crédito em escala global de 13 bancos brasileiros e, em escala nacional, de 20 instituições financeiras do País. A medida ocorre um dia após o rebaixamento das notas de crédito do Brasil em moeda estrangeira de BBB- para BB+ e em moeda local de BBB+ para BBB-. Bancos públicos, grandes financiadores de programas e linhas de crédito do governo, como Minha Casa Minha Vida e Plano Safra, perderam grau de investimento, são eles: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil.

O argumento do banco norte-americano é que as instituições financeiras e bancos nacionais não costumam apresentar notas de crédito superiores às do país, e que durante uma crise, os governos podem adotar políticas de restrição da flexibilidade dos bancos, por exemplo, em concederem empréstimos o que pode levar a redução dos lucros dos bancos. É preciso lembrar que apesar deste rebaixamento das notas dos bancos, os lucros de grandes bancos como Bradesco e Banco do Brasil atingiram recordes seguidos nos últimos anos e até o semestre passado, lucros que vieram acompanhados de demissões, aumento da rotatividade e da terceirização nas agências.

A agência rebaixou os ratings em escala global das seguintes empresas:

— Banco Safra S.A.;

— Banco Bradesco S.A.;

— Banco Citibank S.A.;

— Itaú Unibanco Holding S.A.;

— Itaú Unibanco S.A.;

— Banco BTG Pactual;

— Banco Pan S.A.;

— Banco Santander (Brasil) S.A.;

— Banco do Nordeste do Brasil S.A.;

— Banco do Brasil S.A.;

— Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S.A.;

— Caixa Econômica Federal S.A (Caixa); e

— Banco Nacional de Desenvolvimento Social S.A (BNDES).

Dólar mantém valorização e se aproxima dos R$4,00

Na tarde de hoje, o dólar fechou a cotação apresentou nova tendência a alta, no começo da manhã arrancou atingindo a cotação máxima de R$ 3,905 (+2,82%), o que fez o Banco Central intervir no mercado, por meio da oferta de US$ 1,5 bilhão em dois leilões de linha. A oferta de dólares foi suficiente para abrandar os ânimos e limitar a escalada da moeda norte-americana. Ainda assim, a moeda norte-americana terminou o dia com alta de 1,69%, aos R$ 3,862, no maior nível desde 23 de outubro de 2002.

Apesar do rebaixamento, a diretora-gerente de ratings soberanos da S&P, Lisa Schineller, reconheceu o trabalho de Levy e do Banco Central na busca pelo ajuste fiscal, um sinal de como os capitalistas e empresários valorizam o esforço neoliberal de ajuste contra os trabalhadores que Levy e Dilma estão fazendo. "Mas o cenário de baixo crescimento torna essa política mais desafiadora", ressalvou a diretora. Atualmente, as duas outras agências, Moody’s e Fitch, ainda mantêm o Brasil como grau de investimento.

Os capitalistas aplaudiram a intervenção do Banco Central para frear a cotação do dólar num patamar aceitável para o ajuste fiscal e para beneficiar os empresários brasileiros que querem exportar mais mercadorias não consumidas internamente devido a queda no consumo com a recessão da economia, para desta forma manterem seus lucros. Porém, como já apontamos em outros artigos, veja mais aqui-, a valorização do dólar tem custo alto para os trabalhadores, aumentando a inflação e desvalorizando os salários.

Agência Estado/Dow Jones Newswires/Esquerda Diário




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