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MBL | Empresários são presos por lavagem de dinheiro e acusados de ligação com o MBL

sexta-feira 10 de julho de 2020 | Edição do dia

Hoje (10/07) pela manhã ocorreu uma operação realizada pela Polícia Civil, pelo Ministério Público Estadual e pela Receita Federal em São Paulo chamada Juno Moneta, em que foram presos sob a acusação de desviarem mais de R$ 400 milhões de empresas: Carlos Augusto de Moraes Afonso, conhecido nas redes sociais como Luciano Ayan e Alessander Mônaco Ferreira. Os dois empresários são investigados por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio e que teriam ligação direta com o MBL, que nega como divulgou nota do MBL o deputado (DEM-SP) Kim Kataguiri, um dos fundadores do movimento, em sua conta no Twitter.

Os agentes foram na sede do MBL na capital paulista e na sede do movimento em Bragança Paulista com seis mandados de busca e apreensão. O MP afirma que a família Ferreira Santos, criadora do MBL, deve R$ 400 milhões em impostos federais, mas ao mesmo tempo não está esclarecida a relação à suposta lavagem de dinheiro praticada pelos empresários com a dívida do fundador do movimento.

Para o Ministério Público de São Paulo, existe uma "confusão jurídica empresarial" entre as empresas Movimento Brasil Livre (MBL) e Movimento Renovação Liberal (MRL). O MBL nega que haja confusão empresarial entre ele e o Movimento Renovação Liberal, haja vista que o MBL não é uma empresa, mais sim uma marca, sob gestão e responsabilidade do Movimento Renovação Liberal - única pessoa jurídica do Movimento.

Vale lembrar que o Movimento Renovação Liberal, “associação privada”, que foi registrada em nome de quatro pessoas sendo três irmãos de uma mesma família, sendo um deles coordenador nacional do MBL, Renan Santos. Sua família antes da criação do MRL tinha 125 processos na Justiça, a maioria relativos à falta de pagamento de dívidas líquidas e certas, débitos fiscais, fraudes em execuções processuais e reclamações trabalhistas, segundo matéria do EL PAÍS

A Promotoria afirma que as doações teriam sido realizadas através de uma plataforma de pagamentos pela internet na conta do MBL. E segundo o MP, Alessander Monaco, teria feito doações suspeitas pela plataforma Google para o movimento. O recebimento dessas doações, desconta 30% do valor, ao invés de doações diretas na conta do MBL/MRL, cuja ligação foi classificada como “confusão judicial”. E Carlos Augusto de Moraes Afonso, conhecido como Luciano Ayan, é investigado por “fake News” e também ameaçar os que questionam as finanças do MBL, tendo criado quatro empresas de fachada com movimentação financeira incompatível, segundo a Receita Federal.

Bolsonaristas, incluindo Eduardo Bolsonaro, comemoram a prisão dos dois empresários que supostamente teriam ligação ao MBL, afirmando que Luciano Ayan que teria embasado o mandando de Alexandre de Moraes por conta de slides do empresário que foram utilizados nos depoimentos de Alexandre Frota e Joice Hasselman na CPI das FakeNews bolsonaristas e o gabinete do ódio liderado por Carlos Bolsonaro.

O MBL faz todo um discurso de anti-corrupção mas todos esses esses anos já deram muitas demonstrações de que representantes da velha política não têm nada, e que seus interesses estão voltados para beneficiar grandes empresários e apoiam ataques que precarizam ainda mais a vida e trabalho da classe trabalhadora, como a reforma da previdência e trabalhista. São os que estão à favor de projetos como o Escola sem Partido, disseminam fake news contra a esquerda e foram parte do apoio ao golpe institucional.

De um lado o bolsonaristas comemorando a prisão e operação contra o MBL e de outro os integrantes do MBL com discurso dizendo que é uma operação orquestrada e que não têm nenhuma ligação com os dois presos. Claramente dois bandos que falam como se fossem contra a corrupção mas foram parte do golpe institucional orquestrado pelo imperialismo e setores da burguesia e direita para aprofundar os ataques ao povo pobre, negro e trabalhador. Chega a ser irônico Eduardo Bolsonaro alardear contra o MBL no seu twitter sendo que sua família está até o último fio de cabelo envolvida com denúncias de corrupção com o caso Queiroz.

Pelos motivos apresentados acima não seria nenhuma surpresa o MBL ter ligação com empresários que vivem de privilégios as custas de métodos corruptos como os quais estão sendo acusados os dois presos. Mas também não podemos confiar no judiciário que também foi parte do golpe institucional como se essas prisões fossem para combater a corrupção. Hoje vivemos disputas entre atores golpistas que pra nada governam em defesa dos direitos do povo trabalhador e claramente a saída não será pela via institucional. Por isso nós do Esquerda Diário e do MRT propomos como saída uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que deve articular todas as medidas necessárias para combater a epidemia e salvar vidas, assim como proteger empregos, salários e as condições de vida da população para que não seja esta a pagar por esta crise. Se trata de mudar as regras do jogo, para também tratar de temas como a corrupção acabando com privilégios de políticos, fazendo com que todo o político ganhe salário igual de uma professora, com que juízes sejam eleitos e revogáveis, com que de fato ocorram impostos progressivos sobre as grandes fortunas.




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