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AGENDA DE REFORMAS | Empresários querem fim da crise para que a agenda de ataques aos trabalhadores retorne

sexta-feira 19 de maio de 2017 | Edição do dia

Após a noite da última quarta-feira, quando o cenário político brasileiro sofreu um terremoto com a delação da JBS, executivos e empresários declararam haver uma “interrupção no curso da recuperação econômica”, que eles alegam junto a mídia, o que na realidade não era bem o que acontecia. Eles opinam que a delação interrompe o crescimento de sinais de recuperação na economia brasileira e agudiza a crise econômica, pois atrasa a agenda de reformas e a retirada de direitos trabalhistas.

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Os empresários declararam que esse escândalo político prejudicou a imagem do Brasil no mercado internacional, ao passo de que investidores deram para trás. O presidente da empresa Suzano, Walter Schalka, falou sobre esse rápido impacto da delação da JBS no exterior. "Ontem (quarta-feira, 17), a visão sobre o país era muito positiva. Hoje (quinta, 18), todo mundo passou a vender o Brasil", avaliando ainda que a melhor saída para o país nesse momento seja a renúncia imediata de Temer, a fim de não acentuar mais a crise política e, consequentemente, a crise econômica.

O presidente da multinacional americana Cargill no Brasil, Luiz Pretti, também teve que dar satisfações aos acionistas. "Passei a manhã explicando a nossos acionistas nos Estados Unidos o que estava acontecendo. É difícil explicar, pois, até a semana passada, o Brasil estava indo pelo caminho certo, tinha um projeto de governo”.

A economia, segundo esses executivos e empresários, ainda que lentamente, estava se recuperando graças às medidas do governo, como a queda de juros e o plano das reformas trabalhista e da previdência. Assim, temem e lamentam que o impacto da delação envolvendo Temer aprofunde a crise política do país e atrapalhe a implementação das reformas econômicas. "Adiar esse projeto (de reformas) prejudica o país e é uma involução. Essa descontinuidade do poder gera incertezas e isso não é bom para o país. Temos de ter calma", declara o fundador da Natura, Pedro Passos.

Fica claro que a preocupação dos executivos e empresários em solucionar a crise tem relação com sua pressa na implementação das reformas que, por sua vez, retiram direitos dos trabalhadores, precarizam suas condições de trabalho, sua estabilidade, saúde, e fazem com que a maioria não tenha direito de se aposentar, trabalhando até a morte, tudo isso para impedir que os lucros desses empresários caiam num momento de crise econômica.

Frente a crise, os trabalhadores, em unidade com a juventude, devem, desde seus locais de estudo e trabalho, organizar comitês de mobilização, a fim de tomarmos de fato a luta em nossas mãos, preparar uma nova greve geral para a derrubada de Temer e das reformas, mostrando que não vamos aceitar nenhum direito a menos e que os empresários, os capitalistas são os que devem pagar pela crise!




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