Na manhã da quarta-feira (7), o empresário Roberto José Carvalho, dono da Rodopass, investigado pela CPI da BHTrans, decidiu ficar em silêncio durante seu depoimento. A empresa é uma das concessionárias do sistema de transporte coletivo da cidade. Na CPI foi mostrado documentos que provam que gastos pessoais, como o casamento de sua filha, foram assumidos pela empresa e entraram no cálculo da tarifa de ônibus de Belo Horizonte.
quinta-feira 8 de julho de 2021 | Edição do dia
Foto: Reprodução
O empresário foi convocado pela CPI da BHTrans para depor como investigado. Com isso, ele decidiu utilizar o direito de ficar em silêncio. Mesmo assim, os parlamentares da Câmara Municipal de Belo Horizonte fizeram ao todo 95 questionamentos ao empresário.
“De acordo com as orientações recebidas, permaneço em silêncio”. Essa foi a resposta do empresário a maioria das perguntas feitas pelos vereadores.
Durante a sessão, ainda foi exibido um vídeo de 2010, em que um homem, que seria Roberto Jose Carvalho, paga uma propina ao presidente de um sindicato de motoristas e cobradores da cidade de Governador Valadares. O empresário foi preso em 2016 por suspeita de pagar propina.
Documentos mostrados pelos vereadores revelam esquemas de sócios de empresas de transportes para burlar fiscalizações, simular gastos e se aliar ao Judiciário. Nesses documentos estão provas de que gastos de Roberto Jose Carvalho foram assumidos pela Rodopass. Entre esses gastos está o casamento da filha, Ana Paula Campos Carvalho, no valor de R$ 45.575.
Esses gastos particulares assumidos pela empresa entram no cálculo da tarifa de ônibus de Belo Horizonte que é uma das mais caras do Brasil.
Roberto José Carvalho já foi ouvido duas vezes pelo Ministério Público sobre essas acusações, no entanto o promotor João Medeiros Silva Neto arquivou o inquérito, alegando falta de provas.
A CPI da BHTrans, instarauda na Câmara Municipal de Belo Horizonte, apura a atuação da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans). Belo Horizonte possui uma das tarifas de ônibus mais cara do Brasil e que é paga pela população trabalhadora e pobre para garantir o lucro de empresários como Roberto José Carvalho.
Uma podridão sem fim leva BH ter uma das tarifas mais caras. Empresário dos transportes contabilizava até festa de casamento como base para o custo tarifa. E o @MPMG_Oficial sabia e arquivou as denúncias. Estatização dos transportes, sob gestão de trabalhadores e controle popular
— FlaviaValle (@FlaviaValle_ED) July 8, 2021
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