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TRABALHO ESCRAVO - | Empresária é denunciada por manter empregada como escrava no Rio

Uma empresária, que não teve seu nome divulgado, foi denunciada pelo MPF por manter uma empregada doméstica como escrava num apartamento em Copacabana, Rio de Janeiro. A trabalhadora foi submetida à condições degradantes de trabalho no período de dezembro de 2010 até fevereiro de 2011. O caso foi denunciado pelo Ministério Público em 2014, e a justiça do RJ encaminhou a denúncia à Justiça Federal. Em abril desse ano o Ministério Público Federal também denunciou o crime.

segunda-feira 14 de maio de 2018 | Edição do dia

A trabalhadora veio com a empresária da Brasília para o Rio. Para evitar que a vítima fosse embora, ela alegava que a mesma tinha dívidas ocasionadas pela compra dos móveis da patroa. Ela também dizia que a empregada teria quebrado objetos e manchado roupas, e que isso seria descontado do seu salário. A trabalhadora chegou a adoecer e durante esse período a empresária não somente não pagou seu salário como a trancou na área de serviço por uma semana e disse que não teria direito à alimentação, já que não podia trabalhar.

Cotidianamente, a vítima também era submetida a jornadas de trabalho exaustivas e ilegais, que começavam às 7h e iam até meia-noite. Ela também não tinha nenhum descanso semanal. A empregada e outra doméstica que também trabalhava no apartamento eram proibidas de se sentar no sofá da sala, pois a empresária as xingava e alegava que teria que passar álcool no estofado caso elas se sentassem.

O MPF também acusa a empresária de fazer ameaças, dizendo para a vítima que qualquer bandido no Rio de Janeiro bateria nela por R$ 50 ou a mataria por R$ 100.

Sabemos que a abolição formal da escravidão em 1888 não significou uma vida melhor para o povo negro no Brasil. Basta olhar para o campo brasileiro que podemos encontrar facilmente diversos casos de trabalhadores em condições análogas à escravidão. Ainda hoje os negros são submetidos aos piores postos de trabalho e piores salário, ainda mais se verificarmos as trabalhadoras negras. Mesmo sem ser formalmente escravas, são as que ocupam em sua maioria os trabalhos precários como limpeza e serviços domésticos.

Essa é uma situação revoltante, porém não surpreendente, realidade que vemos cotidianamente e que o governo golpista e as reformas trabalhistas e previdenciária só vem para aprofundar ainda mais. Ainda assim, não deixa de ser revoltante ver uma mulher sendo tratada com escrava num apartamento em plena Copacabana, no Rio de Janeiro. Por isso é necessário uma unidade dos trabalhadores e do povo negro para lutar por um plano de lutas pela anulação da reforma trabalhista, contra a reforma da previdência e as antigas e novas formas de escravização dos trabalhadores.




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