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Empresa soluções e reitoria de Tom Zé dão calote e demitem terceirizadas nas férias da Unicamp

Nós, do Esquerda Diário, recebemos denúncias de que as trabalhadoras terceirizadas do bandejão estão sendo demitidas, com a desculpa de diminuição na demanda de trabalho durante o período das férias estudantis da Unicamp. A empresa Soluções precariza e sobrecarrega as trabalhadoras que seguem no bandejão e, no ano que vem, podem contratar outras trabalhadoras com salários reduzidos e menos direitos, para cumprir as mesmas funções, assim como já vimos anúncios de vagas da própria empresa.

segunda-feira 12 de dezembro de 2022 | Edição do dia

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É visível a diminuição do fluxo de alunos pela Unicamp com o fim do semestre letivo e as férias se aproximando. Grande parte dos estudantes voltam para suas cidades de origem e os bandejões têm cada vez menos pessoas. Nesse momento de fim de semestre e muito próximo das férias, o apoio que os estudantes conseguem dar às trabalhadoras é reduzido, e a empresa e reitoria se aproveitam para avançar em seus ataques.

Em meio a esse cenário, a empresa Soluções usa dessa diminuição de demanda nos restaurantes universitários como argumento para diminuir seu quadro de funcionários. É visível a sobrecarga de trabalho a qual as trabalhadoras dos bandejões têm sido submetidas e as férias estudantis, em vez de abrandar a intensidade do trabalho, apenas significou demissões. A empresa quer apenas aumentar os lucros sem se importar com a vida dos trabalhadores ou com a qualidade da comida servida aos estudantes.

Essas demissões fazem parte da lógica das empresas terceirizadas, que se utilizam da alta rotatividade dos seus funcionários para precarizar cada vez mais o trabalho. Assim, uma parte das trabalhadoras que já estão exaustas do trabalho intenso e das cobranças da chefia são demitidas e as trabalhadoras que ficam, trabalham duas vezes mais para suprir essa lacuna durante os meses de férias, além de servir como uma ameaça às demais trabalhadoras que se mostrarem insatisfeitas com as condições de trabalho, como demonstraram as grevistas de Limeira, que fizeram dois dias de greve por melhores condições de trabalho. Não pode-se deixar de pontuar também que a greve serviu de alarme à empresa e à reitoria, que justamente demitem agora com medo do que possa vir dessas trabalhadoras sob pressão e sobrecarga. Seguem algumas das denúncias que recebemos:

Não sabemos o que vamos fazer. Muita gente não recebeu, a gente tá nessa insegurança. Precisamos do dinheiro pra ontem!
Falaram que como agora vai ter menos fluxo no restaurante não querem mais nosso serviço. Mas eles não pagaram nada dos nossos direitos. Os meses trabalhados, o décimo terceiro… Mas nem isso eles pagam, direitos básicos.
Cheguei a ficar doente nesse lugar, tomando antidepressivo. Agora só quero meus direitos, mas estão tentando nos enrolar.

Contra todos esses ataques, e outros, da empresa Soluções e da Reitoria, as trabalhadoras grevistas de Limeira mostraram o caminho quando se levantaram, sentiram o vento da liberdade e disseram “basta!”. Contra qualquer punição a essas lutadoras e contra o aprofundamento da precarização do serviço na universidade, precisamos ser contra todas as demissões e pelo pagamento devido dos salários atrasados.

Frente a mais um ataque às universidades federais, que teve como alvo centralmente os estudantes bolsistas e as terceirizadas, os estudantes têm que se ver ao lado dos trabalhadores, pois apenas com a nossa aliança vamos poder lutar contra a terceirização, contra as demissões, pelo pagamento dos salários, por boas condições de permanência aos estudantes, mas também é com a aliança entre estudantes e trabalhadores, efetivos e terceirizados, que podemos avançar na luta pela revogação da reforma trabalhista, da previdência e do Ensino Médio e todos os ataques à pasta da educação nos últimos 8 anos.

Não é possível arrancar nenhum direito confiando em empresários, como faz a chapa Lula-Alckmin, ao ter à frente no governo de transição grupos que têm interesses privatistas na educação, como o Itaú, a Natura e o grupo Lemann, que participam do Todos pela Educação e são alguns dos principais apoiadores da Reforma do Ensino Médio. É urgente que a UNE convoque assembleias em todas as universidades para organizar um verdadeiro plano de lutas contra esses ataques, que afetam os setores mais precários das universidades, que são os trabalhadores teceirizadados, em sua maioria negros, e estudantes bolsistas, além de todas as entidades da Unicamp, desde DCE, CAs e sindicatos lutarem por nenhuma demissão das trabalhadoras terceirizadas e pelo pagamento pleno de seus salários e direitos. A reitoria de Tom Zé e a empresa Soluções são responsáveis pelas demissões em pleno final de ano, assim como pelas condições insalubres às quais as trabalhadoras estão sendo submetidas!

Fazemos um chamado a todes a comporem os atos amanhã em Campinas em resposta à tentativa de cortes do MEC e de Bolsonaro. Acontecerão às 10h na Unicamp e às 17h no Centro de Campinas.




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