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DEBATE | Em resposta ao artigo "Loucura como método’’

sexta-feira 26 de agosto de 2016 | Edição do dia

No texto chamado "Loucura como método’’ escrito por Merval Pereira, o autor coloca que o "interessante embate entre os Procuradores da Operação Lava Jato e ministros do supremo é que todos tem razão em pontos específicos, e, entre outros tantos, refletindo a complexa transição que estamos vivendo, de um país em que o patrimonialismo ainda prevalece, mas está sendo duramente combatido, para outro, mais amadurecido politicamente, em que a justiça pode atingir a todos, e em que os direitos dos cidadãos são mais respeitados’’.

O colunista do site O GLOBO ao escrever este texto, está claramente defendendo o setor da Lava Jato que tem a pretensão que a operação avance contra os demais partidos da ordem. Em nome de um suposto combate a política arcaica, o autor propõe que a atual casta política seja trocada por uma nova. Esta ala já esta querendo planejar desde já trocar a atual casta política por outra, porque a atual ainda está encontrando dificuldades em aplicar os ataques contra os trabalhadores e demais setores populares da sociedade.

Supondo que a tendência da Lava Jato é avançar contra os demais partidos da ordem como o PMDB e setores do PSDB ligado ao Aécio Neves e agora José Serra, isso não trará uma mudança radical progressista na política, muito pelo contrário. Tanto é que o autor concorda que a operação Lava Jato levada até o final pode dar margem para que "populistas de todos os calibres se ofereçam como salvador da pátria’’. Por trás deste argumento esconde o fato que esta nova vai dirigir o Estado capitalista e vai fazer os mesmos acordos espúrios que a antiga casta política fez.

O autor tenta dialogar com a enorme insatisfação popular que existe em torno da política. É comum vermos uma enorme insatisfação popular contra os atuais políticos da ordem, pois vira e mexe presenciamos inúmeros escândalos de corrupção e medidas contra os trabalhadores e demais setores populares da sociedade. A grande questão é que a Lava Jato representa os interesses do imperialismo e o seu interesse em avançar tanto contra o PT, mas também já planejar um avanço contra os demais partidos da ordem se deve porque estes partidos fracassaram ou estão fracassando nas medidas de ajuste fiscal que é de seu interesse.

Outro elemento que chama atenção em seu texto é o fato do autor querer preservar a imagem do STF, colocando esta instituição como alheia as demais e jogando a responsabilidade da citação do Ministro Toffoli na citação da OAS, por alguma força oculta que quer atrapalhar o andamento desta operação. A defesa do Ministro Toffoli feita pelo ator do texto, se da pelo motivo deste não querer que a crise chegue ao judiciário, pois num possível acirramento da luta de classes é preciso ter esta instituição fortalecida.

Ter o judiciário fortalecido significa alimentar a sua arbitrariedade que já é conhecida por esta instituição. Se hoje a arbitrariedade se volta contra membros do PT, mesmo que estes tenham servido aos senhores que estão por trás desta instituição, amanha poderá ser uma arma dos grandes empresários e banqueiros contra uma greve ou luta estudantil que estourar.

Por fim, o autor coloca que os que estariam planejando contra a Lava Jato tem interesse em semear a confusão contra a operação. Não é por parte dos políticos, porque por mais que estes uma hora ou outra se enfrentem com a Lava Jato, todos estão atrelados aos interesses do imperialismo e não pode dar uma saída de fundo a crise econômica e política que o país esta vivendo.

Até agora, contrariando as expectativas do autor do texto, a Lava Jato só avançou contra o PT e pegou alguns políticos de outro partido para mostrar uma cara supostamente democrática. Quando a Lava Jato chegou a avançar contra outros partidos como o PMDB, o que podemos ver na verdade é que quando Michel Temer conseguiu alcançar uma relativa estabilidade no seu governo anunciando ataques como a "reforma da previdência e trabalhista’’.

O motivo de a esmagadora maioria dos políticos estarem envolvidos em algum escândalo de corrupção e usufruindo de milhares de privilégios é porque estão a serviço do capitalismo e é isso que preciso ser questionado. É preciso lutar por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta pela luta independente dos trabalhadores para propor medidas que coloque em cheque este sistema.




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