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CRISE | Em março, déficit do Brasil com o exterior é de 5.700 milhões de dólares

quinta-feira 23 de abril de 2015 | 00:28

O Brasil registrou em março déficit em conta corrente de US$ 5,7 bilhões, 13,1% menor que no mesmo mês de 2014, informou nesta quarta-feira o Banco Central, que começou a aplicar uma nova metodologia de cômputo a partir do terceiro mês.

No trimestre, o país acumulou em todas suas operações com o exterior um saldo negativo de US$ 25,394 bilhões e, nos últimos 12 meses, o país registrou um déficit de US$ 101,6 bilhões, equivalentes a 4,54% do PIB.

Com o novo mecanismo implantado pelo BC, as transações com o exterior em 2014 foram revisadas para se adequar às diretrizes do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Utilizando a nova metodologia o déficit do Brasil ano passado foi de US$ 103,981 bilhões e não de US$ 91,288 bilhões de acordo com a métrica usada até o momento pelo BC.

Ao resultado de conta corrente do Brasil no mês de março contribuiu o saldo negativo na balança de serviços, que foi de US$ 3,862 bilhões, um aumento de 6,4% no déficit em comparação com o mesmo período de 2014.

Os investimentos estrangeiros diretos no país, por sua vez, somaram US$ 4,263 bilhões em março e US$ 13,136 bilhões no trimestre, mas não foram suficientes para cobrir as compras do Brasil fora de suas fronteiras.

As reservas internacionais totalizaram até março US$ 371,044 bilhões, pouco abaixo dos US$ 374,051 bilhões registrados no primeiro trimestre de 2014.

Análise

O que os números mostram é que o Brasil está com menor capacidade de gerar dólares em sua economia, ou seja, a queda no crescimento economico que o país está vivenciando, combinado a continuidade do baixo crescimento economico mundial gerado pelos impactos da crise global de 2008, estes dólares são fundamentais para a manutenção do pagamento dos juros da dívida externa, que o Brasil paga fielmente aos capitalistas estrangeiros dos países ricos todos os anos. A crise tem efeitos nas contas externas do país pelas vias da queda nas exportações de produtos brasileiros, de aumentos o custos com produtos e serviços importados (pois estes ficam cada vez mais caros com o dólar mais caro), do crescimento do volume de lucros das multinacionais que voltam para seus países de origem (reduz a taxa de "reinvestimento" de lucros) e ainda, pela via das elevação das taxas de juros pelo Banco Central que encarece ainda mais o volume de dívida que o Brasil possui com o exterior.

Todo este custo da crise, que reduz o volume de dólares que entra no país e que também são essenciais para a manutenção do nível de credito e que ainda é a fonte de financiamento dos investimentos de varias empresas estatais e privadas e em diversos setores, esta fonte secando leva ao ajustamento recessivo que está sendo feito com o governo Dilma, este ajustamento é o corte de gastos sociais e direitos dos trabalhadores, redução nos custos de contratação de trabalhadores pelo setor privado (com a aprovação do PL 4330), demissões, aumento nos preços e tarifas além dos arrocho salarial. O objetivo deste ajuste é tirar dos trabalhadores e do povo pobre para garantir os lucros e o pagamento dos juros da dívida externa do Brasil com os países imperialistas e ricos.

ED/EFE


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