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Em barganha com o Centrão, Bolsonaro distribui cargos e regalias a familiares de políticos Brasil a fora

sexta-feira 24 de julho de 2020 | Edição do dia

Como foi amplamente noticiado esta semana, os cabides de empregos não são exclusividades dos militares no governo Bolsonaro. Diversos parlamentares, em todas as regiões do país têm esposas, filhos e filhas ganhando cargos em empresas e órgãos nacionais pelo Brasil.

Nesta semana vimos ser frustrada a tentativa de nomeação do General Braga Netto após ampla repercussão negativa. O que vemos na prática é que não são só os militares que se aproveitam desta situação junto ao governo Bolsonaro.

Em matéria veiculada pelo Jornal O Globo são mostrados diversos casos espalhados pelo Brasil de políticos que se escoram no apoio ao governo para distribuir cargos a familiares. Bolsonaro que se elegeu com o discurso do fim do "toma lá, dá cá’, perpetua a tradição clientelista da política brasileira. Muito antes da saída de Moro abrir a porteira de vez para o casamento Bolsonaro e Centrão já havia muitos laços de proximidades.

Só na Funasa (Fundação Nacional de Saúde), entidade vinculada ao Ministério da Saúde, o governo nomeou em agosto passado a mulher do líder do PL, Wellington Roberto (PB), Deborah Roberto, e uma tia do deputado Gustinho Ribeiro (SD-SE), Maria Luiz Felix. Em 17 de abril de 2019, o deputado Julio Cesar (PSD-PI) conseguiu a nomeação de sua irmã, Jacqueline Carvalho Maia, na Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Ela é assessora da presidência da companhia, ligada ao Ministério da Agricultura.

Essa prática que de tão feita, já até deixou de ser considerado nepotismo para o STF. Para nosso tribunal maior esse tipo de benefício só é crime quando o político obteria algum ganho direto por isso.

Confiar ao STF a tarefa de fiscalizar atos como esse seria como colocar lobos a julgar cachorros. A justiça brasileira também é um ótimo cabide de empregos e com a benção de ser um setor da sociedade acima das leis, sem julgadores.

Tivemos um caso recente que gerou uma certa repercussão também. O filho do ministro do STJ passou a presidir o STJD, corte responsável no Brasil por julgamento relativos a esportes. Essa família inclusive nutre relações com diversos membros da cúpula política do atual governo e tem relações com membros do PSL e outros partidos.

Sem nenhuma vergonha o judiciário brasileiro mostra que é parte do núcleo central da burguesia brasileira e ela o é dotada para reforçar e perpetuar as maiores injustiças contra o povo pobre e negro. Assim como o são a camada dirigente da burguesia que ocupa os comandos do congresso e da presidência.

O judiciário é parte do engodo político que desde sempre serviu aos interesses da burguesia.

O sentimento de consternação e indignação com estes casos não deveria nutrir somente o sentimento de “mais do mesmo” em relação ao que acontece pelos corredores de Brasília. Deveria acompanhar o sentimento de nenhuma confiança com nenhuma destas instituições e a superação delas pela esquerda, com o anseio de construir uma nova sociedade em que este povo pobre e negro é quem dite as regras.




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