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GLOBO ATACA OS PROFESSORES | Em "O tempo não para", Globo ataca professores e educação pública

No último sábado, dia 01 de setembro, a novela global, “O Tempo não Para”, protagonizou uma peça que agride os professores da educação pública brasileira e ainda deslegitima a greve como instrumento de luta contra todos esses ataques.

quarta-feira 5 de setembro de 2018 | Edição do dia

Em meio a tantos ataques à educação pública como a reforma do ensino médio, terceirizações, avanços na privatização de redes de ensino, fechamento de escolas e de salas de aula, contratações de professores em regimes extremamente precários, não realização de concursos públicos para suprir a grave falta de docentes nas redes públicas, ataques a previdência, no último sábado, dia 01 de setembro, a novela global, “O Tempo não Para”, protagonizou uma peça que agride os professores da educação pública brasileira e ainda deslegitima a greve como instrumento de luta contra todos esses ataques.

Na novela das 7 duas personagens, trazidas do século XIX para a atualidade, visitam uma escola municipal fictícia no bairro da Freguesia do Ó, na cidade de São Paulo, procurando vagas para matricular crianças e emprego como professora. Elas se deparam com uma escola em condições de infraestrutura bastante precárias além da falta de vagas e de professores por estarem em greve. Nessa primeira cena nenhuma fala é dedicada para contextualizar o desmanche histórico que a educação pública sofre, mas enfatiza-se a ideia de que concursos públicos são uma das causas da ausência de professores.

Na cena seguinte as duas protagonistas retomam o assunto em outro ambiente voltam a falar sobre os problemas presenciados na escola, novamente destacando o “absurdo”, segundo elas, da contratação de professores por concurso público que apenas tornaria o processo mais lento e não seria de fato capaz de atestar a competência dos professores. O mais grave, porém, vem a seguir quando uma das protagonistas ataca o direito de os professores fazerem greve, mesmo recebendo baixos salários. A personagem associa a greve dos professores a uma educação de baixa qualidade. Ou seja, por mais que sejam mencionadas as péssimas condições de infraestrutura das escolas, a superlotação das salas de aula e até os baixos salários dos professores as principais conclusões que a novela apresenta atacam os métodos de luta dos professores e do funcionalismo público, que à exemplo dos professores ingressam em seus cargos via concurso público.

Explicitamente os roteiristas da novela e a emissora estão culpabilizando a estabilidade dos funcionários públicos e a greve como instrumento de luta da classe trabalhadora pelos graves problemas da educação. Ora, essas conclusões que invertem e falseiam a realidade fazem todo sentido para Globo que cumpre seu papel de apoiadora do golpe institucional e das manobras do judiciário contra a população. Em tempos de crise capitalista as ações dos golpistas têm claramente por objetivo precarizar ainda mais a educação pública, em prol de sua privatização, e empobrecer a formação da juventude fornecendo mão de obra barata aos capitalistas. Além disso, o discurso da emissora golpeia os servidores que têm estabilidade, direito que deveria ser de toda a classe trabalhadora, conquistada com inúmeras lutas, justo no momento em que o judiciário acaba de validar a Lei de terceirização irrestrita, que somada a Reforma Trabalhista são a faca e o queijo para os governos terceirizarem nossos postos de trabalho.

Os professores sem concurso tanto aclamados pela rede Globo, todos sabemos, já existem, são os categoria O, por exemplo, que como os demais contratados cumprem cargas de trabalho ainda mais extenuantes, em várias escolas para completar um salário mínimo. São os que não tem sequer os direito básicos como acesso ao hospital do servidor, ficam desempregados a cada três anos, não recebem férias e um grande etc de absurdos. As greves, condenadas pela novela, são a nossa única ferramenta para barrar esse projeto defendidos por Globo, Alckmin, Bolsonaro, mas também Dória e Skaf, apenas para citar alguns apoiadores do golpe em continuidade.

Nós do Nossa Classe Educação combatemos esses ataques e repudiamos a
novela da Globo por apresentar um panorama incompleto e raso dos problemas da educação pública no país e, sobretudo, por apoiar explicitamente os ataques golpistas que destroem a educação de milhões de crianças e jovens brasileiros. Defendemos a realização de novos concursos, a efetivação sem concurso de todos os que já são professores e por serem contratados não tem os mesmos direitos, defendemos a aplicação imediata da lei do piso salarial por condições dignas aos servidores, e a reabertura de todas as salas de aula fechadas para combater a precarização. Defendemos também a revogação da PEC 55 que deixou as escolas sem dinheiro e sem materiais básicos, o investimento de 10% do PIB para a educação pública a partir do não pagamento da dívida pública que envia todo o PIB aos banqueiros deixando o povo trabalhador na miséria. A educação não pagará pela crise.




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