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RIO GRANDE DO NORTE | Em Natal, uma saída anticapitalista para enfrentar Bolsonaro e o Golpismo

Neste sábado, por volta de 5 mil mulheres, homens, adolescentes e crianças se manifestação contra Bolsonaro em Natal, e outras 5 mil em Mossoró, a segunda maior cidade no RN. Mas esta força não pode ser transformada em votos que sirva para legitimar a conciliação com os golpistas escravista por parte do PT.

Marie CastañedaEstudante de Ciências Sociais na UFRN

segunda-feira 1º de outubro de 2018 | Edição do dia

Fonte: Macaíba no Ar

O Rio Grande do Norte amarga o terceiro lugar em índice de desemprego dentre as capitais do país, com uma taxa de 13,1% somada aos 178 mil de pessoas que perderam as esperanças de encontrar um emprego (dados do CAGED de Setembro). Enquanto isso, os herdeiros das oligarquias vivem luxuosos sonhos fruto do suor dos trabalhadores e da juventude, obrigada hoje a pagar as contas da crise capitalista.

As eleições foram manipuladas pelo Judiciário, com a tutela das Forças Armadas, e impediram a população decidir em quem votar, retirando da disputa Lula, que liderava as pesquisas. Apesar dos frissons no STF, na última sexta-feira consumaram uma verdadeira censura a imprensa de entrevistar o ex-presidente preso em Curitiba.

Sequestram votos de 3,4 milhões de eleitores por não terem registrado suas biometrias, dos quais 45% são eleitores nordestinos. Os 28% de intenção de voto em Bolsonaro são realmente preocupantes, sendo este representante de uma burguesia escravista e autoritária, repressiva, além do seu repulsivo ódio aos trabalhadores, mulheres, negros, e LGBTs. Mas mesmo se perderem no voto, não irão desaparecer.

É urgente discutir como os enfrentaremos, porque cumprirão um papel de pressão para qualquer governo que se eleger, para ir ainda mais à direita e ceda aos aviltantes mandos do imperialismo.

Convidamos todas e todos a participar das rodas de conversa que o Esquerda Diário e o grupo de mulheres Pão e Rosas farão nesta semana em Natal

02/10 as 18:30, na Sala I9 do Setor 2

03/10, as 15:30, na Praça Cívica

Haddad, o candidato de Lula pelo PT, ao mesmo tempo que disparou nas pesquisas e tem como vice Manuela D’Avila, feminista do PCdoB, quer organizar acordões com partidos golpistas e conciliar até mesmo com o PSDB, ao mesmo tempo que incrivelmente reivindica partes da Reforma da Previdência de Temer. Os acordos do PT são com setores não menos escravistas que Bolsonaro e poderiam tranquilamente ser também base de seu governo.

Robison (PSD) e Carlos Eduardo Alves (PDT) não representarem uma saída para os trabalhadores, as mulheres e a juventude não é novidade para ninguém. Seus governos desastrosos atrasam sistematicamente os salários dos servidores públicos há mais de dois anos, assim como os as empresas terceirizadas que prestam serviços à Prefeitura e ao Estado. Ao mesmo tempo, perdoam dívidas milionárias de empresários com o Estado e a Capital. São de organizações golpistas e representantes de Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) locais, ou seja, de um ladrão de merenda e de um tenente oligarca.

Fátima (PT), a favorita da corrida ao cargo de governadora, discursou como antagonista de Robinson Faria e das oligarquias. Ela carrega consigo a ilusão petista de tempos que eram materialmente melhores aos de hoje, mas tem como "exemplo" do que é um Estado governado pelo PT o de Minas Gerais. Em MG, o governador petista Fernando Pimentel vem atrasando e parcelando salários como Robinson Faria, atacando a classe trabalhadora, também reprime as greves, ou seja, não é alternativa para enfrentar a direita asquerosa de Flávio Rocha da Riachuelo, os empresários e latifundiários, verdadeiros donos do Rio Grande do Norte. Também faz política falando dos 19 IFs que trouxe como Senadora para o RN, fingindo que estes já não sofriam arduamente com os cortes de Dilma e agora estão ameaçados de fechar, os desloca também do cenário de crescimento econômico do país.

Suas promessas, ou de qualquer candidato da direita, de melhorar saúde e educação, são palavras vazias na medida em que o PT destinou nos seus anos de governo o pagamento de 13 trilhões do orçamento público para o pagamento da dívida pública. Essa dívida é uma fraude, pois é como o imperialismo invoca seu controle sobre a economia do nosso país, literalmente voltada ao seu pagamento. Por isso tantos cortes da educação, iniciados em Dilma e aprofundados por Temer. Por isso tantas privatizações, seus recursos vão diretamente para o bolso dos banqueiros internacionais. Quando Fátima promete ter responsabilidade fiscal em sua gestão, tal como Haddad, automaticamente está legitimando esse roubo.

Para realmente responder às necessidades de um estado que foi o segundo a aderir ao Plano de Ajuste Fiscal do golpista Temer é necessário construir uma saída anticapitalista. Nossa disposição e energia não podem ser canalizados para uma saída pactuada com os golpistas e capitalistas e não podemos cair na armadilha de achar que é possível vencer a extrema-direita nas eleições.




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