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SECUNDARISTAS DE GOIÁS | Em Goiás, governo mantém linha dura contra as ocupações de escolas

Faz quase dois meses que o movimento secundarista goiano iniciou sua luta contra o projeto de terceirização e precarização do ensino público encabeçado pelo governo do estado. A inexistência de diálogo e forte repressão aos jovens estudantes persiste desde então. É necessário apoiar essa luta.

Ítalo GimenesMestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN

sábado 6 de fevereiro de 2016 | 00:00

(Foto retirada do portal G1 de notícias)

Durante o carnaval, no dia 9 de fevereiro, será completado o segundo mês desde que foi iniciada a mobilização dos secundaristas de Goiás contra o projeto do governo de Marconi Perillo (PSDB-GO) do estado de Goiás que visa, através da concessão de “parcerias” às chamadas OSs (Organizações Sociais) para a gestão das escolas do estado, precarizar e terceirizar o ensino público goiano. A luta é também pela desmilitarização das escolas do estado, cujo governo, pelo contrário, deseja ampliar esse tipo de gestão com o discurso de “combate a violência” nas escolas. Para entender melhor a luta dos secundaristas goianos, confiram esse texto aqui.

Se utilizando do exemplo dos estudantes de São Paulo, que ocuparam escolas para derrotar o projeto de reorganização das escolas do Alckmin, os secundaristas goianos ocuparam cerca de 27 escolas ao longo dos últimos meses, chegando até mesmo a passarem as festas de fim de ano na luta, demonstrando um exemplo de resistência e combate por uma educação pública de qualidade.

Até agora o governo respondeu somente com uma duríssima repressão deferida, através da Justiça e da PM. A primeira, aprovando processos de reintegração de posse para 8 escolas, deu aval para que a segunda se utilizasse do cúmulo da barbárie para desocupar essas e outras escolas, fato que gerou diversos relatos como esse, que denunciam a brutalidade da polícia militar e de grupos organizados para defender os interesses de Marconi com a qual se utilizaram para reprimir os secundaristas cortando a energia e água das escolas ocupadas e, até mesmo, a agredindo violentamente jovens secundaristas!

Visto a truculência com a qual Marconi seguiria tratando o movimento, não abrindo canal pra qualquer tipo de diálogo, os estudantes resolveram dar um passo à frente na luta e ocuparam a SEDUCE (Secretária de Educação Cultura e Esporte de Goiás), exigindo o cancelamento do edital aberto no início do ano para a contratação das OSs responsáveis pela “gestão compartilhada”, assim como um plebiscito popular para que a comunidade pudesse demonstrar a sua posição quanto a esse projeto, dentre outras demandas que podem ser encontradas no Manifesto de Ocupação da SEDUCE.

Desde o início das ocupações, o governo do estado tem tentado jogar a população contra os estudantes, principalmente através da mídia burguesa e aliada ao governo de Marconi, caluniando os estudantes de estarem depredando as escolas, criminalizando os apoiadores do movimento, os silenciando e dando voz apenas aos defensores do projeto de terceirização das escolas, entre outras tentativas de acabar com essa muito forte luta.

Agora a nova jogada contra os estudantes é de tentar culpá-los pelo não início das aulas, fato que ficou escancarado em função do vazamento de um áudio da subsecretária de educação, Sonia Maria Lacerda, repreendendo a diretora de uma escola ocupada, determinando que sejam suspendidas as aulas dessa escola, pois “enquanto a escola estiver ocupada, não tem aula”.

Esse fato evidencia a tentativa por parte de Marconi e de seus paus-mandados da secretaria de educação de desgastar o movimento perante a população, aproveitando esse período de início das aulas pra colocar as famílias contra as ocupações em função do atraso do início das aulas, sendo que em alguns colégios ocupados as aulas já haviam se normalizado. A culpa do atraso do retorno às aulas é de Marconi que não move uma palha para dialogar com os estudantes em luta, impondo goela-abaixo seu projeto podre de precarização do ensino!

Mas os estudantes goianos não se deixam abalar pelas mentiras deferidas pela mídia tucana ou pela ação repressiva do Estado. Além de arrancarem da promotoria a sugestão de suspensão do edital para contratação das OSs, os estudantes ocuparam mais uma escola essa semana, em Anápolis, demonstrando que o movimento ainda segue forte, com 17 escolas ocupadas juntamente ao SEDUCE. Toda solidariedade aos estudantes secundaristas de Goiás em luta por uma educação pública de qualidade!




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